São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2010

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Após 21 anos, hospital terá de indenizar família por erro médico

Anderson tinha 9 meses quando injeção lhe deixou sequelas

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o Hospital São Lucas, de Ribeirão Preto (interior de SP) a pagar indenização de R$ 255 mil por um erro cometido há 21 anos na aplicação de medicamento em um bebê.
O hospital, que já havia perdido a ação em primeira instância, informou que irá recorrer da decisão.
A decisão também obriga o São Lucas a voltar a pagar todos os custos com tratamento médico, fonoaudiólogo e fisioterapeuta e com escola especial.
Anderson Sant'Ana da Silva tinha nove meses quando foi internado no São Lucas. A enfermeira, por engano, diluiu um medicamento contra infecção intestinal em cloreto de potássio, em vez de água destilada.
A injeção provocou parada cardiorrespiratória no bebê, que ficou alguns minutos sem oxigenação no cérebro. Anderson ficou com sequelas neurológicas.
A mãe Ivanira Francisca Sant'Ana, 45, conta que o filho, prestes a completar 22 anos, tem um comportamento semelhante ao de uma criança de oito anos. Anderson estuda na escola Egydio Pedreschi, que atende pessoas com deficiência.
Na época, o hospital admitiu o erro, demitiu por justa causa a funcionária e pagou para Anderson escola particular e custos de saúde.
Em 2002, Ivanira decidiu recorrer à Justiça em busca de uma indenização pelo erro. O advogado Eurípedes Sérgio Bredariol disse que, após sair a decisão de primeira instância, o hospital parou de pagar o subsídio.
"Essa sentença é o mínimo que o hospital pode fazer, além de voltar a dar todo o tratamento que tiraram do Anderson", disse a mãe.
Em nota, o São Lucas informou que vai recorrer por entender que não teve culpa, já que a enfermeira era capacitada para a função. A nota diz ainda que o valor da indenização é exagerado e destoa de ações semelhantes.
"Como a família decidiu romper o acordo, movendo ação na Justiça, e não havia determinação para continuidade dessa assistência, o hospital optou por aguardar decisão judicial, providência lícita e razoável", diz a nota.


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