|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Jamais pousaria com reversor travado sob chuva", diz piloto
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em depoimento ontem à polícia no inquérito que investiga
o acidente com o Airbus-A320
da TAM, o piloto da Gol Marco
Antonio Carelli Mazzei disse,
na presença do Ministério Público, que "jamais pousaria na
pista do aeroporto de Congonhas molhada com um ou dois
reversos travados, mesmo se
não fosse essa a orientação".
Mazzei confirmou a versão
de colegas, prestadas no dia anterior, de que a Gol havia determinado que aviões com o reversor pinado não pousassem na
pista de Congonhas sob chuva.
Na véspera da tragédia, Mazzei era piloto do vôo 1203 da
Gol, um Boeing-737/800 que
vinha de São Luís (MA), e teve
dificuldades para frear na pista
principal sob chuva, parando a
poucos metros do fim da cabeceira. Houve susto entre passageiros, comissários e tripulantes que viajavam em trânsito.
Por ter reportado à torre de
controle a pista escorregadiça,
o piloto foi intimado ontem ao
27º DP (Campo Belo).
Ainda segundo o depoimento, ao qual a Folha teve acesso,
o piloto disse que a Gol mantém outras restrições em relação ao pouso das aeronaves, como "ao vento de cauda, que varia em função de cada aeroporto". Procurada pela reportagem, a empresa não se pronunciou. O piloto chegou à delegacia e saiu sem dar declarações.
À polícia, o comandante afirmou que os problemas de frenagem da aeronave decorrem
da pista molhada e que "operou
na pista principal antes da reforma, em dias de chuva, e não
teve dificuldades nos pousos".
Segundo o delegado Antonio
Carlos Menezes Barbosa, responsável pelo inquérito que investiga o acidente do Airbus, ao
menos 11 pilotos tiveram dificuldades com a pista molhada
em Congonhas entre o dia 15 e
o momento da tragédia.
Texto Anterior: Para ex-piloto, houve falha no equipamento Próximo Texto: Procuradoria volta a pedir fechamento de Congonhas Índice
|