São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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RÚBIA MARIA MELO SILVEIRA (1951-2008)

A avaliação "não era básica" na Capes

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Por trás das dezenas de páginas dos relatórios de avaliação escondia-se o sorriso pródigo, as roupas coloridas e os anéis de pedras grandes que tão bem "refletiam a personalidade" de Rúbia Silveira, vice-diretora de avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). "Não era básica", diz a amiga -"jamais chegaria em um ambiente sem ser notada, não só pela beleza, mas por sua alegria."
Filha do dono de um curtume de Belo Horizonte, lá nasceu e cresceu, moça católica e recatada. Aos 16 saiu de casa para se casar com um oficial militar, quando mal começava o curso para professora. Só depois de mãe (teria três filhos e uma neta), formou-se em pedagogia.
Deu aulas seguindo a profissão militar do marido, de Roraima a Santa Catarina, até que se fixaram e ela quis investir na carreira. Fez mestrado em educação e começou na Capes como assessora da diretoria (ficaria por lá mais de duas décadas).
Passou ainda por muitos cargos até chegar à vice-diretoria de avaliação -responsável por recomendar, ou não, cursos de pós-graduação em todo o país, suscitando amores e ódios e "mexendo com o ego das pessoas".
"Sua arte era receber", diz a amiga, habitué das festas e reuniões que dava em casa, para mais de 50 pessoas, com Chico Buarque de fundo e ela encetando conversas com um e com outro -na boca o sorriso de sempre. Morreu dia 23, de derrame, aos 56.

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