São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2010

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Rota sofre 2º atentado em menos de 17h

Homem foi morto na madrugada de ontem ao supostamente atirar contra a sede da tropa especial da PM paulista

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
Sede da Rota, a tropa de elite da PM, que foi alvo de tiros na madrugada de ontem; batalhão fica na região central de SP

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A sede da Rota (Rondas Tobias de Aguiar), espécie de tropa de elite da Polícia Militar paulista, no bairro da Luz (região central de SP), foi alvo de um atentado a tiros às 3h30 de ontem e, no revide, um ex-detento foi morto.
Menos de 17 horas antes do atentado contra a sede da Rota, por volta das 11h de sábado, o chefe da corporação, o tenente-coronel Paulo Adriano Lopes Telhada, 48, escapou de um atentado.
No ataque à sede da Rota, diz a polícia, dois homens pararam um veículo na lateral do batalhão, na esquina da avenida Tiradentes com a rua João Teodoro, e um deles atirou seis vezes contra o prédio centenário.
Os PMs que faziam a guarda do local, segundo a polícia, revidaram e mataram o balconista Frank Ligieri Sons, 33, que havia descido do carro com um coquetel molotov ainda apagado e uma pistola .40.
Ex-presidiário que cumpriu pena de 11 anos por roubo e lesão corporal, Sons tomou dois tiros e foi levado para o hospital, mas morreu.
Após o ataque ao coronel e à sede da Rota, e a informação de que ao menos dez carros haviam sido incendiados na zona leste, o policiamento foi reforçado na capital.
Mas autoridades do Estado, entre elas o governador Alberto Goldman (PSDB) e o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, se apressaram em descartar ligação entre os ataques à Rota e os veículos queimados e a associar os casos com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Para o secretário, os ataques visavam diretamente o chefe da Rota e não as forças de segurança do Estado.
Alguns bairros da zona norte registraram o maior número de ocorrências de homicídios na cidade no primeiro semestre do ano. Além disso, a Polícia Civil investiga cerca de 40 homicídios envolvendo PMs.

REVIDAR
Telhada saía da garagem de sua casa, na região da Freguesia do Ó (zona norte de SP), quando o passageiro de um Corsa abriu o vidro do carro e disparou 11 vezes.
"Não é só a minha pessoa [que sofreu o ataque]. É com a família da gente. E com família ninguém mexe, velho. Mexeu com família a pegada é outra, entendeu? A gente vai revidar os disparos e, com certeza, quem vai levar a pior é o crime, o bandido", disse Telhada, logo após o ataque.
A Polícia Civil, a Corregedoria da PM e os serviços secretos da PM e da Rota também investigam o caso.


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