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SP atrasa vale-alimentação de professor
Docentes da rede estadual não recebem auxílio desde fevereiro; governo afirma que problema será corrigido
Secretaria de Gestão atribui atraso a uma falha no sistema e diz que os valores atrasados brevemente serão pagos
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
Professores da rede estadual de São Paulo não recebem desde fevereiro o auxílio
alimentação, utilizado para
gastos em supermercados.
Segundo o governo Goldman (PSDB), houve problema no sistema que fornece
informações para o pagamento, que será solucionado
nos próximos dias.
Os valores atrasados serão
pagos, afirma a Secretaria de
Gestão. A pasta não soube informar quantos dos cerca de
200 mil docentes estão sem
receber o benefício.
A Apeoesp (sindicato dos
professores) afirma que já recebeu dezenas de consultas
de educadores, que reclamam da falta de pagamento
ou de valores abaixo do correto.
O benefício varia de acordo com a carga horária do
professor. A quantia máxima
é de R$ 80 mensais.
"Com o nosso salário, cada
centavo faz falta. Estou pedindo dinheiro para o meu
pai para comprar comida ou
pedindo para comprar fiado
no mercado", diz um professor de português da região de
Campinas (interior de SP).
O docente tem carga horária semanal de 30 horas e recebe R$ 1.500 de salário bruto. "Além de atrasar, o vale
não é reajustado há dez
anos", completa o docente.
COXINHA
O valor dos vales foi alvo
de críticas durante a greve
dos professores no primeiro
semestre, que durou um mês
e acabou logo após o então
governador, José Serra
(PSDB), deixar o cargo para
concorrer à Presidência.
Como forma de protesto,
os grevistas fizeram almoço
com coxinhas na av. Paulista, em alusão ao valor de cada vale, R$ 4.
A categoria pedia que o valor do benefício fosse multiplicado em quase quatro vezes. O governo dizia não haver condições financeiras.
Segundo a Secretaria de
Gestão, o problema no sistema ocorreu após a inclusão
neste ano de duas jornadas
na carreira dos professores
-eram apenas duas.
Com a falha técnica, "uma
parcela dos professores passou a receber pagamento do
beneficio a mais ou a menos", afirma nota da pasta.
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