São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2011

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Prefeitura desiste de restaurar edifícios da Vila Maria Zélia

Imóveis da primeira vila operária de São Paulo estão abandonados e cheios de mato

Rodrigo Capote/Folhapress
Prédios históricos no Belenzinho estão abandonados e sem data para serem recuperados; mato alto toma conta do local

LUCCA ROSSI
COLABORAÇÃO PARA FOLHA

A Prefeitura de São Paulo desistiu de reformar o conjunto de prédios históricos da Vila Maria Zélia, no Belezinho, zona leste, a primeira vila operária da cidade.
Assinado em 2006, um convênio entre o município e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), proprietário de seis prédios da vila, prometia resolver a situação de abandono dos edifícios.
Alguns dos locais, que antes abrigavam duas escolas, a antiga casa do administrador, um açougue e dois armazéns, têm paredes em ruínas, janelas quebradas e estão rodeados de mato.
O acordo previa a transferência de posse dos imóveis à prefeitura por cinco anos. Além de reformá-los, o município instalaria neles projetos culturais e centros de capacitação profissional.
A prefeitura, no entanto, queria a posse definitiva dos edifícios, justificativa usada para o fato de as obras de restauro terem ficado no papel. A rescisão do convênio, de comum acordo, ocorreu em agosto do ano passado.
Do prometido pelo município, só foi trocado o telhado do chamado prédio "multiuso", que abrigou, entre outros, uma loja de chapéus e calçados e um restaurante. Segundo a prefeitura, tratava-se de obras emergenciais.
"Na época, fiquei animado, até o cortei o cabelo", conta Edélcio Pereira Pinto, 62, o seu Dedé, zelador voluntário da vila. Ele havia prometido que tiraria o rabo-de-cavalo assim que as obras começassem. "Mas, olha, segue na mesma. Desanimei."

MINICIDADE
Construída entre 1912 e 1916 e inaugurada no ano seguinte pelo industrial Jorge Street (1863-1939), a vila funcionava como uma espécie de minicidade para os funcionários de sua Companhia Nacional de Tecidos de Juta.
Em 1992, foi tombada pelos conselhos municipal e estadual do patrimônio histórico. Hoje, há 171 casas das 258 originais, só quatro com as características daquela época. Há 600 moradores ali.
Pouco antes da desistência da prefeitura, o governo do Estado mostrou interesse em fazer o restauro.
Em fevereiro de 2010, o INSS recebeu ofício do Centro Paula Souza (órgão estadual responsável pelo ensino técnico), manifestando interesse em adquirir imóveis para instalar escolas técnicas. A negociação ainda não terminou.


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