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SEGURANÇA
Alunos recebem certificado após fazer testes
PM do Rio faz curso de segurança para porteiros após onda de roubos
DA SUCURSAL DO RIO
Os sucessivos episódios de assaltos a residências nos últimos
meses levaram a Polícia Militar do
Rio a organizar um novo curso de
orientações sobre segurança a 600
porteiros e zeladores que trabalham em bairros da zona sul e na
Tijuca (zona norte).
No curso, ministrado por policiais militares no quartel-general
da corporação, os porteiros assistem a um vídeo com duração de
duas horas em que vivenciam diversas situações em que os assaltantes usam da criatividade para
conseguir entrar no prédio sem
levantar suspeitas.
Os porteiros foram orientados
pelos policiais a somente permitir
a entrada de pessoas estranhas
com a permissão do morador e a
desconfiar sempre de vendedores, entregadores ou prestadores
de serviço de empresas públicas,
já que, em muitos casos, os ladrões estão disfarçados.
No último dia 10, o porteiro de
um prédio do Leblon (zona sul)
permitiu que dez homens vestindo terno e gravata entrassem no
condomínio. Resultado: eles roubaram seis apartamentos. Uma
das vítimas do grupo, o empresário alemão Siegfried Otton Schon,
63, sofreu um infarto durante o
roubo e morreu.
Os participantes do curso foram
selecionados pelos síndicos de
condomínios convidados pelo Secovi (Sindicato das Empresas de
Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais do Estado do Rio de Janeiro),
que organiza as aulas em parceria
com a PM. Durante o curso, os
porteiros fazem um teste sobre o
que aprenderam nas aulas. Os
aprovados recebem certificado.
Há cinco anos trabalhando como porteiro em um prédio na
avenida Niemeyer (Leblon), Ricardo Leite, 46, afirmou que sempre pede o número da identidade
de entregadores ou prestadores
de serviço antes de permitir a entrada deles. Para ele, muitos dos
assaltos a prédios ocorrem por
pura ingenuidade dos zeladores.
"Há casos em que pessoas que
se dizem policiais querem entrar
no prédio e o zelador deixa porque fica com medo", disse.
Aspirante a síndico em um prédio em Botafogo (zona sul), Wílson Sodré, 44, afirmou que os
porteiros deveriam ser obrigados
por lei a fazer o curso.
Somente em julho, foram registrados 157 roubos a residência no
Estado. A capital respondeu por
42,7% dos casos, metade deles em
bairros da zona oeste, cujos porteiros não participaram do curso.
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