São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2004

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SEGURANÇA

Alunos recebem certificado após fazer testes

PM do Rio faz curso de segurança para porteiros após onda de roubos

DA SUCURSAL DO RIO

Os sucessivos episódios de assaltos a residências nos últimos meses levaram a Polícia Militar do Rio a organizar um novo curso de orientações sobre segurança a 600 porteiros e zeladores que trabalham em bairros da zona sul e na Tijuca (zona norte).
No curso, ministrado por policiais militares no quartel-general da corporação, os porteiros assistem a um vídeo com duração de duas horas em que vivenciam diversas situações em que os assaltantes usam da criatividade para conseguir entrar no prédio sem levantar suspeitas.
Os porteiros foram orientados pelos policiais a somente permitir a entrada de pessoas estranhas com a permissão do morador e a desconfiar sempre de vendedores, entregadores ou prestadores de serviço de empresas públicas, já que, em muitos casos, os ladrões estão disfarçados.
No último dia 10, o porteiro de um prédio do Leblon (zona sul) permitiu que dez homens vestindo terno e gravata entrassem no condomínio. Resultado: eles roubaram seis apartamentos. Uma das vítimas do grupo, o empresário alemão Siegfried Otton Schon, 63, sofreu um infarto durante o roubo e morreu.
Os participantes do curso foram selecionados pelos síndicos de condomínios convidados pelo Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais do Estado do Rio de Janeiro), que organiza as aulas em parceria com a PM. Durante o curso, os porteiros fazem um teste sobre o que aprenderam nas aulas. Os aprovados recebem certificado.
Há cinco anos trabalhando como porteiro em um prédio na avenida Niemeyer (Leblon), Ricardo Leite, 46, afirmou que sempre pede o número da identidade de entregadores ou prestadores de serviço antes de permitir a entrada deles. Para ele, muitos dos assaltos a prédios ocorrem por pura ingenuidade dos zeladores.
"Há casos em que pessoas que se dizem policiais querem entrar no prédio e o zelador deixa porque fica com medo", disse.
Aspirante a síndico em um prédio em Botafogo (zona sul), Wílson Sodré, 44, afirmou que os porteiros deveriam ser obrigados por lei a fazer o curso.
Somente em julho, foram registrados 157 roubos a residência no Estado. A capital respondeu por 42,7% dos casos, metade deles em bairros da zona oeste, cujos porteiros não participaram do curso.


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