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NA AREIA
Institutos prevêem aumento dos encalhes por causa do crescimento
Mais populosas, baleias encalham
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O encalhe de baleias no litoral
brasileiro será cada vez mais comum nos próximos anos. O
alerta é feito pelo Instituto Baleia Jubarte e pelo Projeto Baleia
Franca e a principal causa conhecida do fenômeno é boa notícia: a população dessas duas
espécies, as mais comuns da
costa brasileira, está crescendo.
No mês passado, três baleias
encalharam só no Estado do Rio
de Janeiro. O Instituto Baleia Jubarte registrou também neste
ano o encalhe de outras três no
litoral nordestino. Já o Projeto
Baleia Franca teve notícia de um
encalhe da espécie na região Sul.
"A população de baleias jubartes tem crescido num ritmo
de 11,5% ao ano em todo o mundo. No Brasil, estimamos em 8%
esse percentual. A recuperação é
visível e é de esperar que aumente o número de animais encalhados no litoral brasileiro",
explica a bióloga Márcia Engel,
diretora do instituto.
A bióloga Karina Groch, coordenadora científica do Projeto
Baleia Franca, estima em 14% o
ritmo de crescimento anual dessa espécie no Brasil. "Nós últimos dois anos, a gente vem observando nos sobrevôos de
identificação quase o triplo de
baleias que observávamos antes", afirma.
Os dois institutos citam como
causa para o aumento dessas
duas espécies a proibição da caça e o aumento da conscientização. A rota mais comum de baleias no Brasil é a migração da
Antártida para o Nordeste ou
para o Sul durante o inverno,
para a reprodução.
Apesar dessa boa notícia, os
biólogos alertam para o fato de
que a população de baleias ainda está longe dos níveis que são
estimados antes do início da
pesca predatória, principalmente no século 20.
Além disso, afirmam que é
preciso estudar melhor as causas do encalhe e estar preparado
para agir nesses casos.
"O ideal seria investigar sempre a causa disso. Pode ser tanto
um animal que ficou enfraquecido por razões naturais e acaba
levado para o litoral ou um acidente com uma rede de pesca
ou um barco", diz Bernadete
Fragoso, bióloga da Uerj (Universidade do Estado do Rio de
Janeiro) e do Museu Nacional.
Uma das possíveis causas, que
precisa ser melhor investigada, é
a prospecção de petróleo por
meio de sons, que podem atrapalhar a orientação das baleias.
No Rio, após a tentativa frustada de salvar uma jubarte, biólogos, bombeiros e o Ibama se
reuniram para discutir formas
de se preparar para a situação.
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