ROBERTO SAMORA
da Agência Folha

A Polícia Militar de Campo Grande (MS) prendeu na madrugada de ontem três pessoas acusadas de manter e dirigir uma casa noturna onde adolescentes se prostituíam. Foram encontradas no local cinco garotas com idades entre 13 e 16 anos, sendo que quatro eram paraguaias.
Uma delas, a paraguaia O.A., 14, virgem, iria a "leilão" no final de semana, de acordo com seu depoimento aos conselheiros do Conselho Tutelar.
Essa prática, de leiloar um programa com uma menina que nunca teve relação sexual, seria corriqueira no local (conhecido como boate da Samara), de acordo com a mesma garota.
A dona, Samara, ou Norma Martinez (seu nome verdadeiro), foi presa ao lado da paraguaia Ramona Benitez Meireles e de Jonai Batista Paniago.
Eles são acusados pelo crime de manter casa de prostituição, tráfico internacional de mulheres e favorecimento à prostituição. Em caso de condenação, estarão sujeitos a uma pena de até 18 anos.
Norma negou ter obrigado as meninas a se prostituírem. Segundo ela, o local é um "um pensionato e as meninas pagavam R$ 100 por mês pela hospedagem".
Ela afirmou ainda que não poderia responder pelo que as meninas faziam dentro dos quartos.
Ramona Meileres é acusada de ser a pessoa que trazia as moças do Paraguai para Campo Grande. Ela também nega as acusações.
Jonai Batista Paniago, que seria namorado de Norma e segurança da casa noturna, é acusado de ameaçar as garotas que queriam fugir. Segundo a polícia, Norma tomava os documentos das garotas para impedir que elas voltassem para suas casas e falsificava outros para demonstrar que elas eram maiores de idade. Um programa no bar custava R$ 40.
As adolescentes foram levadas para um abrigo do Conselho Tutelar da Infância e devem voltar para suas casas nos próximos dias.



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