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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003

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SISTEMA PENITENCIÁRIO

Polícia descobriu esquema de distribuição de drogas dentro de complexo; 18 foram autuados em flagrante

Quadrilha comanda tráfico em prisão de GO

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Civil de Goiás desmantelou um esquema de distribuição de drogas que funcionava dentro da Agência Goiana do Sistema Penitenciário, em Aparecida de Goiânia. Dezoito pessoas -entre elas 16 detentos- foram autuadas em flagrante no final da tarde de anteontem por formação de quadrilha e tráfico de drogas.
Os entorpecentes, principalmente pasta de cocaína, eram trazidos da Bolívia para serem distribuídos dentro do complexo penitenciário e fora do sistema prisional, por quadrilhas que teriam ramificações em outros Estados, segundo a polícia.
De acordo com o delegado-geral de Aparecida de Goiânia, Álvaro Cássio dos Santos, os presos Douglas de Souza e Josezuel Batista dos Santos compravam e vendiam a droga usando celulares e telefones públicos instalados no complexo prisional. Os dois negaram envolvimento no caso.
Outros cinco presos do Núcleo de Custódia e mais nove da penitenciária Odenir Guimarães também fariam parte do esquema. A operação também prendeu anteontem Simone Conceição, supostamente encarregada pela distribuição da droga e que foi encontrada com 4 kg de cocaína, e o motoboy Edivaldo Santos dos Anjos, suspeito de fazer o transporte dos entorpecentes.
Os dois prestaram depoimento e aguardarão julgamento na carceragem do 1º Centro Integrado de Operações de Segurança. Os advogados de ambos não foram localizados pela reportagem. "Eles não tiveram como negar a participação. Agora, investigaremos outras ligações da quadrilha. Há pelo menos mais 20 envolvidos", disse o delegado Santos.
As investigações sobre o caso começaram há cerca de 40 dias, quando o delegado Edemundo Dias de Oliveira assumiu a presidência da agência. O complexo penitenciário integra cinco unidades prisionais, entre elas o Núcleo de Custódia e a Penitenciária Odenir Guimarães.
Esse não foi primeiro episódio ocorrido no complexo. No mês passado, o advogado da agência, Wandencolck de Pitaluga Júnior, foi acusado de extorsão e favorecimento de presos. Três meses antes, havia sido descoberta uma fraude no alvará de soltura do empresário paranaense Robson Rangel, acusado de liderar uma quadrilha de adulteração de combustíveis em Goiás. Em 2001, o então diretor do Centro de Prisão Provisória, Ronaldo Alexandre, foi afastado sob acusação de facilitar saídas de um preso.


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