São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2004

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MASSACRE NO CENTRO

Carro foi encontrado no Tatuapé

Polícia apreende Opala que pode ter sido usado em ataques a sem-teto

DO "AGORA"

Policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) apreenderam ontem, numa favela do Tatuapé (zona leste da capital), um Opala preto que pode ter sido usado no massacre de moradores de rua no centro de São Paulo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o carro tem características semelhantes às de um Opala que teria sido visto nas ruas do centro pouco antes dos ataques que mataram sete moradores de rua, e feriram outros sete, nos dias 19 e 22 de agosto.
Uma pessoa que acompanha as investigações da polícia disse que o Opala seria um antigo veículo da Polícia Militar, que teria sido vendido em leilão para um proprietário particular.
A polícia suspeita que o carro teria sido usado por um dos dois policiais militares que estão presos, suspeitos pelo crime.
Os dois policiais foram presos no dia 16. Na ocasião, a polícia também prendeu um vigia particular, que foi liberado no final da noite de anteontem.
Segundo a secretaria, uma testemunha dos ataques a moradores de rua, que havia reconhecido esse vigia, voltou atrás durante novo reconhecimento formal, realizado na última quarta-feira.
Um sobrinho desse vigia, que é guarda civil municipal e fazia "bicos" como segurança ao lado do tio, apresentou-se espontaneamente ontem ao DHPP e foi liberado após três horas de depoimento. "Foi feita justiça, porque eu e meu tio somos inocentes", afirmou o guarda-civil.
Há um outro suspeito, também vigilante, que foi detido no dia 24 e continua preso.
Na manhã de ontem, a sétima pessoa a morrer em decorrência dos ataques de agosto, Antonio Carlos Medeiros, foi sepultada no cemitério Dom Bosco, em Perus (zona oeste), onde estão outras quatro vítimas. O corpo estava havia dez dias à espera de familiares -que não apareceram.


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