São Paulo, sexta-feira, 02 de outubro de 2009

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Aluna diz que viajou à toa para fazer a prova

Garota que estuda em São Paulo foi a Bebedouro, onde mora a família, para prestar o exame; prova começaria amanhã

Vestibulandos temem que nova data do Enem coincida com vestibulares das principais instituições de ensino superior do país

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O adiamento do Enem fez com que alguns alunos viajassem à toa para prestar o exame. É o caso da estudante do Anglo Jéssica Tomazinho, 18.
"Paguei passagem, vou perder três dias de aula e a viagem é cansativa", diz ela, que prestará medicina em universidades como USP e Unesp, que devem usar o Enem como parte da nota do vestibular.
Jéssica estuda em São Paulo, mas escolheu fazer a prova em Bebedouro (381 km de SP), onde mora a sua família. Agora, terá de viajar novamente no dia em que o exame for marcado.
Caso semelhante é o de Guilherme Tubertini Reis Pereira, 19, do COC Ribeirão Preto. Ele faria a prova em Belo Horizonte (MG), sua cidade de origem, e já havia comprado as passagens aéreas de ida e volta.
"Agora terei de cancelar a viagem e tentar remarcar. Mas, o pior é que eu queria fazer a prova, já havia preparado o espírito", disse Pereira.
Durante as últimas semanas, o MEC recebeu diversas reclamações de estudantes que teriam de fazer a prova em locais distantes de onde moram.
Anteontem, o ministério havia começado a realocar os candidatos que fariam o exame longe de casa -inclusive em casos como os de São Paulo, em que estudantes fariam o teste em local até 30 km distante de sua residência.

Escolha
Na avaliação da vestibulanda de medicina Julia Braga, 19, do Etapa, candidatos a essa carreira serão os mais prejudicados caso a nova data do exame coincida com outra seleção.
Como a concorrência é grande, os interessados em medicina se inscrevem em muitas universidades. "Tentarei oito, mas agora posso ser obrigada a desistir de ao menos uma."
André Luiz Marinho, 22, também teme a proximidade de datas do exame. "Há chance de ser em 15 de novembro. A Fuvest é dia 22. Se for nesse intervalo, prefiro não me cansar e fico com a Fuvest", diz ele, que tenta engenharia ambiental.
O adiamento das provas do Enem também prolongou o período de tensão pré-prova, afirmam os estudantes.
Para Mariana Vilela, 19, que tentará uma vaga no curso de medicina, a alteração de datas não representa mais tempo de estudo. "A essa altura do campeonato, mais tempo de estudo não resolve o problema."

Sala de aula
O adiamento pouco mudará a rotina dos cursinhos consultados. No Anglo, os alunos haviam sido dispensados das aulas deste sábado para descansar antes da primeira prova, mas agora as aulas ocorrerão normalmente.
A orientação no Objetivo é a de manter a rotina de estudos. "A matéria do Enem é a mesma dos vestibulares. Nada muda", afirma Vera Lúcia Antunes, coordenadora do curso.
O COC de Ribeirão, que daria folga aos alunos na próxima segunda, recuou e manteve as aulas, segundo os estudantes -procurada, a assessoria e direção da escola se recusaram a dar qualquer informação, até mesmo seu número de alunos.
No Anglo, também da cidade do interior do Estado, a maioria dos 185 alunos do cursinho e do 3º ano do ensino médio iria prestar o Enem. "Foi uma frustração geral", disse o professor Luís Henrique Crivelenti.


Colaborou a Folha Ribeirão


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