|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
MANUEL RODRIGUEZ PARRA (1950-2010)
O espanhol, a paella e os grampos
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Na casa de Manuel Rodriguez Parra, quem comandava a cozinha era o próprio.
Espanhol de Sevilha, Mané -ou Manolo para os amigos do Tatuapé- tinha a paella como especialidade culinária. Sorte da mulher, a diretora de escola Dorly, que
costumava ter seus jantares
preparados pelo marido.
No Brasil, Manuel chegou
com os pais ainda criança.
Seu pai, empresário, manteve em sociedade com os irmãos uma indústria de grampeadores e perfuradores chamada Ret-Lit, primeiro na Vila Carrão, em São Paulo, depois no município de Poá.
Ainda bem jovem, Mané
começou a trabalhar na firma da família. Quando a empresa foi vendida, ele decidiu
seguir na área e montou um
negócio de venda e manutenção de grampeadores e perfuradores em São Bernardo
do Campo, na Grande SP.
A mulher ele conheceu
nos anos 70, quando, certo
dia, viu-a entregar doces na
casa da irmã. Apaixonou-se
pela moça naquele momento. O casamento foi em 1977.
Com a companheira, o espanhol que nunca se naturalizou brasileiro visitou sua
terra natal duas vezes. Neste
ano, ficou feliz ao ver a Espanha campeã mundial de futebol. Os amigos até o telefonaram, para parabenizá-lo.
Corintiano roxo, gostava
de acompanhar os jogos do
time pela TV. Era muito caseiro, como conta a mulher.
Também cinéfilo, adorava ir
à locadora e levar para casa
quatro filmes de uma vez.
Há quase três anos, descobriu ter leucemia. Na quarta-feira, em casa, sofreu um infarto e não resistiu. Morreu
aos 60 anos, deixando viúva
e dois filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Queda de brinquedo leva 18 crianças por mês ao SUS Índice | Comunicar Erros
|