São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2010

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MANUEL RODRIGUEZ PARRA (1950-2010)

O espanhol, a paella e os grampos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Na casa de Manuel Rodriguez Parra, quem comandava a cozinha era o próprio.
Espanhol de Sevilha, Mané -ou Manolo para os amigos do Tatuapé- tinha a paella como especialidade culinária. Sorte da mulher, a diretora de escola Dorly, que costumava ter seus jantares preparados pelo marido.
No Brasil, Manuel chegou com os pais ainda criança. Seu pai, empresário, manteve em sociedade com os irmãos uma indústria de grampeadores e perfuradores chamada Ret-Lit, primeiro na Vila Carrão, em São Paulo, depois no município de Poá.
Ainda bem jovem, Mané começou a trabalhar na firma da família. Quando a empresa foi vendida, ele decidiu seguir na área e montou um negócio de venda e manutenção de grampeadores e perfuradores em São Bernardo do Campo, na Grande SP.
A mulher ele conheceu nos anos 70, quando, certo dia, viu-a entregar doces na casa da irmã. Apaixonou-se pela moça naquele momento. O casamento foi em 1977.
Com a companheira, o espanhol que nunca se naturalizou brasileiro visitou sua terra natal duas vezes. Neste ano, ficou feliz ao ver a Espanha campeã mundial de futebol. Os amigos até o telefonaram, para parabenizá-lo.
Corintiano roxo, gostava de acompanhar os jogos do time pela TV. Era muito caseiro, como conta a mulher. Também cinéfilo, adorava ir à locadora e levar para casa quatro filmes de uma vez.
Há quase três anos, descobriu ter leucemia. Na quarta-feira, em casa, sofreu um infarto e não resistiu. Morreu aos 60 anos, deixando viúva e dois filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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