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Acusados de tráfico, jovens são libertados após 103 dias
Juiz diz que, sendo réus primários, os três não representam perigo
Jovens foram presos durante ação próxima de universidades; defesa alega que réus são apenas usuários
TARSO ARAUJO
DE SÃO PAULO
Três jovens presos sob a
acusação de tráfico de drogas
na operação realizada em junho nas imediações da universidade Mackenzie, na
Consolação (região central
de SP), receberam liberdade
provisória e deixaram a prisão na última quarta, após ficarem 103 dias na cadeia.
O juiz da 18ª Vara Criminal
do Fórum da Barra Funda,
Marcello Lopes Guimarães,
considerou em sua decisão
para a soltura dos jovens que
houve "excesso de prazo"
para o julgamento e que, sendo eles primários, poderiam
responder em liberdade e
não representariam perigo.
"Segundo o Código Penal,
os réus só podem ficar presos
sem julgamento por no máximo 81 dias", disse Maria Cristina Ferreira, advogada de
um dos estudantes. "Como
eles tinham bons antecedentes, tinham esse direito."
Os estudantes René Pacheco, 20, e Rafael Silva, 19, e o
vendedor Daniel Navarro, 25,
são acusados de tráfico de
drogas nas proximidades de
escolas. Eles alegam que são
usuários, e não traficantes.
De acordo com o inquérito,
apenas um deles possuía
uma pequena quantidade de
maconha no momento da
ação policial na região.
O julgamento dos três ainda não foi concluído. Em audiência na última terça-feira,
a acusação não levou ao tribunal o vídeo que usaria como prova. Em seu lugar, foram apresentadas apenas
imagens retiradas do vídeo.
Nenhum dos réus aparecia
vendendo drogas nas fotos
-dois deles nem apareciam
nas imagens. A defesa também questiona a legalidade
das provas. A próxima audiência do processo acontecerá em junho de 2011.
O acusado Daniel Navarro
afirmou à reportagem que
começou a usar cocaína há
cerca de três anos. Desde então, passou a usar cada vez
mais a droga, e no último ano
começou a ter problemas:
brigas em casa e demissão do
emprego.
"Minha ex-namorada me
pedia para parar. Tentei algumas vezes, mas não consegui. Era como se minhas pernas andassem sozinhas para
Heliópolis. Eu comprava lá."
BARES
Quinta-feira à noite, em 20
minutos na esquina das ruas
Maria Borba e Doutor Cesário
Mota Jr., a reportagem da Folha viu grupos de jovens
acendendo pelo menos quatro cigarros de maconha.
O gerente de um bar do local, que não quis se identificar, disse que a rua está mais
vazia, mas que a venda de
drogas continua.
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