São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2010

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Acusados de tráfico, jovens são libertados após 103 dias

Juiz diz que, sendo réus primários, os três não representam perigo

Jovens foram presos durante ação próxima de universidades; defesa alega que réus são apenas usuários

TARSO ARAUJO
DE SÃO PAULO

Três jovens presos sob a acusação de tráfico de drogas na operação realizada em junho nas imediações da universidade Mackenzie, na Consolação (região central de SP), receberam liberdade provisória e deixaram a prisão na última quarta, após ficarem 103 dias na cadeia.
O juiz da 18ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, Marcello Lopes Guimarães, considerou em sua decisão para a soltura dos jovens que houve "excesso de prazo" para o julgamento e que, sendo eles primários, poderiam responder em liberdade e não representariam perigo.
"Segundo o Código Penal, os réus só podem ficar presos sem julgamento por no máximo 81 dias", disse Maria Cristina Ferreira, advogada de um dos estudantes. "Como eles tinham bons antecedentes, tinham esse direito."
Os estudantes René Pacheco, 20, e Rafael Silva, 19, e o vendedor Daniel Navarro, 25, são acusados de tráfico de drogas nas proximidades de escolas. Eles alegam que são usuários, e não traficantes.
De acordo com o inquérito, apenas um deles possuía uma pequena quantidade de maconha no momento da ação policial na região.
O julgamento dos três ainda não foi concluído. Em audiência na última terça-feira, a acusação não levou ao tribunal o vídeo que usaria como prova. Em seu lugar, foram apresentadas apenas imagens retiradas do vídeo.
Nenhum dos réus aparecia vendendo drogas nas fotos -dois deles nem apareciam nas imagens. A defesa também questiona a legalidade das provas. A próxima audiência do processo acontecerá em junho de 2011.
O acusado Daniel Navarro afirmou à reportagem que começou a usar cocaína há cerca de três anos. Desde então, passou a usar cada vez mais a droga, e no último ano começou a ter problemas: brigas em casa e demissão do emprego.
"Minha ex-namorada me pedia para parar. Tentei algumas vezes, mas não consegui. Era como se minhas pernas andassem sozinhas para Heliópolis. Eu comprava lá."

BARES
Quinta-feira à noite, em 20 minutos na esquina das ruas Maria Borba e Doutor Cesário Mota Jr., a reportagem da Folha viu grupos de jovens acendendo pelo menos quatro cigarros de maconha.
O gerente de um bar do local, que não quis se identificar, disse que a rua está mais vazia, mas que a venda de drogas continua.


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