|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Preso pela PF, fiscal do Ibama tenta suicídio com tiro no peito
O funcionário foi procurado por operação da PF que prendeu 22 pessoas acusadas de venda de licenças ambientais e de não reprimir a pesca ilegal no Rio
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
ITALO NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O fiscal do Ibama (Instituto
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) Ivilson Pedro Muller, 56, tentou se
matar ontem com um tiro no
peito ao receber voz de prisão
por policiais federais. Ele é um
dos 29 acusados de envolvimento na venda de licenças
ambientais e de pesca ilegal no
Estado do Rio.
Dos 29 acusados, dois são
consultores de empresas, um é
comerciante de pescados e 26
são funcionários do Ibama.
Quatro funcionários do órgão
conseguiram escapar. Para o
superintendente da PF no Estado, Delci Teixeira, "é bem
possível" que eles tenham sido
avisados de que seriam presos.
A ação da PF foi uma continuidade da Operação Euterpe
(um tipo de palmito), realizada
em 30 de agosto. Os presos, na
época, acabaram liberados porque não havia denúncias do Ministério Público Federal.
No último dia 9, os procuradores Ana Paula Ribeiro Rodrigues e Renato de Freitas Souza
Machado ofereceram as denúncias e pediram a prisão dos
acusados, porque, depois de libertados, eles teriam passado a
intimidar testemunhas. A Justiça Federal acolheu o pedido.
O funcionário do Ibama tentou se matar às 6h, quando uma
equipe de quatro agentes da PF
chegou à sua casa, em Pedra de
Guaratiba (zona oeste).
Os policiais contaram que
Muller apareceu na janela. Ao
saber que seria preso novamente, ele fechou a janela e disse que desceria. Logo depois,
ouviu-se um tiro. Os agentes
arrombaram a porta e encontraram o fiscal sobre uma cama,
com o peito ensangüentado e
um revólver ao lado.
Os policiais levaram Muller
para o Hospital Estadual Pedro
2º. Segundo os médicos, o tiro
não atingiu o coração e Muller
não corre risco. Devido ao estado do paciente, a ordem de prisão foi revogada pela 5ª Vara
Federal de São João de Meriti
(na Baixada Fluminense).
O superintendente da PF determinou abertura de inquérito
policial para apurar as circunstâncias da tentativa de suicídio.
Texto Anterior: Norte e Nordeste têm os piores indicadores Próximo Texto: Em carta, fiscal afirma não ter envolvimento Índice
|