São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2010

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Restaurante oriental usa botijão ilegal de gás sob as mesas

Em casas na Liberdade, cada mesa tem um pequeno fogão para que cliente possa preparar pratos típicos

Um só salão na rua Galvão Bueno reúne cerca de 50 botijões de 5 kg; risco é enorme, diz Corpo de Bombeiros

Eduardo Anizelli/Folhapress
Botijões ilegais de gás sob as mesas em restaurante na rua da Glória, na Liberdade, em SP

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Rua da Glória, Liberdade, região central de São Paulo. Um prédio que mais parece de escritórios. Um lance de escadas, três portas de restaurantes. Mais um lance, mais três restaurantes.
Em cada andar, comidas japonesa, chinesa e coreana. Escolha sukiyaki, prato japonês, e você entrará num pequeno barril de pólvora. O sukiyaki é uma mistura de carne (boi, porco ou vitela), condimentos (shoyu, ketchup) e vegetais (cebola, couve-flor, aipo) preparada pelo próprio cliente ali na mesa. No Sukiyaki House, custa menos de R$ 30.
Sobre a mesa fica um pequeno fogão com uma chapa. Embaixo, um botijão de gás. São cerca de dez mesas, cada uma com seu botijão de 5 kg de gás liquefeito de petróleo, muito inflamável. Se preferir comida coreana, o restaurante Galvão Bueno, um enorme galpão com cerca de 50 mesas na rua de mesmo nome, é a pedida.
Entre sushis, sashimis, ostras, frangos e macarrões orientais, carnes cruas preparadas com molho adocicado e apimentado. Sirva-se à vontade, pague cerca de R$ 40.
O bulgogui, que pode ser de carne de boi, de frango ou de porco, também é preparado na mesa pelo cliente. Sob cada mesa, um botijão.
O risco é enorme, diz o Corpo de Bombeiros. Um botijão explodiu recentemente numa barraquinha de pipoca e foi parar na altura de um poste. Ninguém se feriu gravemente. Mas era a céu aberto. E num galpão fechado, onde se acumulam 50 botijões? E num pequeno restaurante onde há dez botijões?
E não se pode dizer que não há alternativa. Na própria Galvão Bueno um restaurante coreano resolveu o problema com fogões elétricos. O risco, no máximo, é de queimar a carne (ou o dedo).


Colaborou VANESSA CORREA


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