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Prefeitura estuda desviar curso de córrego
Obra tornaria piscinão desnecessário, mas só será feita se não houver acordo para desapropriação da área da pedreira
Dono diz ter autorização do governo federal para exploração mineral do terreno, o que impede a desapropriação judicial
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo estuda até desviar o curso do córrego Itaquera, caso não seja
possível um acordo com o dono
da área do piscinão Pedreira
São Mateus para a desapropriação do terreno.
O empresário Afonso Dias
disse que a área não pode ser
desapropriada pelo município
porque tem decreto de lavra do
governo federal que autoriza a
exploração mineral -retirada
de pedra para construção civil.
A prefeitura informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que a Secretaria de Negócios Jurídicos está estudando o processo e que a intenção é
fazer a desapropriação do terreno. Se não for possível a desapropriação judicial e se não
houver acordo para o processo
amigável -fala-se em cerca de
R$ 15 milhões, mas Dias avalia
a área em R$ 40 milhões-, a
administração já tem pronto
um estudo para fazer o desvio
do curso do córrego Itaquera.
O córrego passa ao lado da
antiga pedreira São Mateus,
que hoje é usada como piscinão. Do outro lado do córrego,
Afonso Dias explora outra pedreira, ainda em operação.
O desvio do córrego solucionaria o problema de enchentes
na região, de acordo com a prefeitura, mas ainda não há uma
estimativa de custo da obra.
A outra possibilidade que está sendo estudada é pedir ao governo federal a revogação do
decreto de lavra, o que permitiria à prefeitura fazer a desapropriação judicial. O decreto de
utilidade pública da área, primeiro passo para a desapropriação, foi assinado pelo então
prefeito José Serra (PSDB) em
setembro do ano passado.
O deputado estadual Adriano
Diogo (PT), secretário do Verde
e Meio Ambiente na gestão de
Marta Suplicy e responsável
pelo projeto de transformação
da pedreira em piscinão, disse
que essa foi uma das melhores
coisas que a prefeitura já fez.
"Foi uma genialidade, um piscinão cavado em pedra."
Ele disse que, além do piscinão, a prefeitura tinha a intenção de construir um parque na
área, onde também passou a
funcionar uma garagem da subprefeitura de Guaianases.
Diogo acusa a atual gestão de
abandonar o projeto. A prefeitura nega: diz que ontem começou a retirar água do local para
evitar transbordamento.
(EVANDRO SPINELLI)
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