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Prefeitura de SP cria rotas para deficientes
Subprefeituras terão até 2008 para modificar as calçadas em áreas que concentram bancos, hospitais, correios e lojas
Primeiro trajeto foi
inaugurado sábado na Casa
Verde, onde a av. Braz Leme
ganhou um canteiro central
adequado a cadeirantes
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos nas áreas que
concentram bancos, hospitais,
correios e lojas, as subprefeituras de São Paulo deverão arrumar as calçadas e deixá-las
mais acessíveis a portadores de
deficiência.
A Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida propôs para cada uma das 31 subprefeituras
rotas de acessibilidade, a partir
de um estudo minucioso da região feito com a ajuda de um
programa de computador.
"Priorizamos as áreas que
concentram os serviços essenciais e, depois, a intenção é ampliar a acessibilidade para o
restante da cidade", diz a secretária Mara Gabrilli.
De acordo com ela, as subprefeituras têm prazo até 2008
para concluir as rotas. As calçadas acessíveis têm de seguir o
modelo indicado pelo decreto
45.904/05. Nas que possuem
mais de dois metros de largura,
por exemplo, têm de ser feitas
três faixas -uma de serviço, para colocação de árvores, postes
e floreiras; uma segunda livre
de obstáculos, para a circulação
de pedestres; e uma terceira
faixa de acesso a imóveis ou terrenos.
Depois de um ano entre apresentação dos projetos e conversas com os subprefeitos, entretanto, os resultados do projeto
começam a aparecer. Segundo
a secretaria, uma verba de cerca
de R$ 11,3 milhões foi dividido
entre as subprefeituras para a
reforma das calçadas em lugares estratégicos.
A avenida Braz Leme, na zona norte, ganhou um canteiro
central adequado a cadeirantes
e outros portadores de deficiência. A inauguração ocorreu
no sábado passado.
Foram eliminadas as duas
calçadas laterais da avenida, e o
canteiro central, com 2,80 m de
largura, ganhou piso intertravado e uma pista de caminhada.
"Agora, existe um maior conforto e segurança. Além disso,
as pessoas circulam por uma
área arborizada, mais atraente", diz o subprefeito da Casa
Verde, Marcos Duque Gadelho.
Uma das áreas prioritárias
para a acessibilidade é a Vila
Mariana, que concentra entidades que atendem portadores
de deficiência, como a AACD
(Associação de Assistência à
Criança Deficiente). Segundo a
entidade, 2.500 deficientes circulam pela área diariamente.
A calçada acessível irá do metro Santa Cruz até o Hospital
São Paulo, na rua Pedro de Toledo, e também no entorno da
AACD (ruas Borges Lagos, Ascendino Reis e Pedro de Toledo). Segundo a subprefeitura, a
idéia era refazer todo o quarteirão, mas o trecho do Hospital
do Servidor acabou de ser refeito e "seria desperdício quebrar
tudo de novo".
O primeiro trecho, que terá
7.000 m2, na rua Pedro de Toledo, já está em obras. O piso será
de blocos intertravados e a calçada nova custará R$ 292 mil.
O prazo previsto de entrega é
meados de fevereiro de 2007.
No total, a subprefeitura prevê
um gasto de R$ 400 mil.
Preocupação mais ampla
O presidente voluntário da
AACD, Eduardo Carneiro, elogia a ação da prefeitura, mas diz
que ainda não é suficiente. "Isso interessa muito a nós. Mas a
meu ver a prefeitura deveria ter
uma preocupação mais ampla.
Os deficientes não vão apenas à
AACD fazer reabilitação, mas
estudam, trabalham. Estamos
ainda muito longe do ideal."
Para Gaudino Oliveira Teixeira, presidente da Associação
em Defesa dos Direitos de Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida, a ação não terá
efeito em algumas subprefeituras. "Em Cidade Tiradentes,
por exemplo, nem banco temos", diz.
A secretária Mara concorda
que Cidade Tiradentes, assim
como as subprefeituras de Perus e Guaianases, são as mais
difíceis para tornar acessíveis
em razão da grande quantidade
de morros existentes.
Na opinião de Teixeira, seria
mais importante para os portadores que fossem criadas coordenadorias para discutir com a
população local os problemas
de acessibilidade em cada subprefeitura. "Acho que faltou
diálogo nesse processo."
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