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TJ da Bahia abre licitação para comprar
tapetes persas
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal de Justiça da Bahia abriu licitação para a compra de "quatro tapetes persas" a
fim de decorar sua assessoria
de relações públicas e o cerimonial de sua sede. A iniciativa foi
tomada no mês passado, justamente no momento em que
CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) realizava inspeção no
Poder Judiciário do Estado e
constatava "graves deficiências
na prestação de seus serviços".
No edital para a compra das
peças, o Tribunal de Justiça da
Bahia ainda faz algumas especificações. O documento exige
que um dos tapetes deve ter
procedência "do norte da Turquia", que outro deve ser "da
Índia" e que os outros dois devem ser "do Irã". E ressalta: todos tem de ser "de pura lã".
Em circular redigida na semana passada, o corregedor do
CNJ, ministro Gilson Dipp,
afirma: "Parece-nos que a gravidade da situação ainda não foi
compreendida em toda a sua
extensão pelos gestores daquele Tribunal. Isto porque, mesmo cientificados da precariedade da estrutura verificada na
grande maioria das unidades
visitadas, o Poder Judiciário da
Bahia publicou a carta convite
015/2008 [para a compra dos
quatro tapetes persas]".
Nessa circular, o corregedor
pediu a suspensão da licitação.
A assessoria de imprensa do
Tribunal de Justiça da Bahia
informou que o processo foi interrompido. Os assessores afirmaram que houve erro. Na verdade, dizem eles, a intenção do
órgão era comprar "tapetes tipo persa", tanto que reservaram "só R$ 21 mil" para isso.
O relatório preliminar da inspeção do CNJ, iniciada em outubro no Poder Judiciário da
Bahia, constatou que "faltam
copiadoras nos andares do fórum da capital", "que oficiais de
justiça não possuem veículos
ou verba para cumprirem mandados em áreas distantes", "que
falta treinamento de pessoal",
que "há milhares de processos
com atraso excessivo", entre
outros problemas".
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