São Paulo, quarta-feira, 03 de janeiro de 2001

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GOVERNO DO PT

Para prefeita, legislação que impõe responsabilidade fiscal aos administradores gera "dificuldade" e precisa ser revista

Lei dificulta transição de governo, diz Marta

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), criticou ontem a Lei de Responsabilidade Fiscal, que segundo ela, vem gerando dificuldades aos prefeitos eleitos e precisa ser revista. A prefeita não detalhou quais são as dificuldades nem os pontos a serem revistos.
"A lei tem um porquê, que é o descalabro que os prefeitos encontram quando recebem (as prefeituras após) gestões de prefeitos irresponsáveis", disse.
"Como foi feita, a lei não cobre o período de transição, o que tá gerando muita dificuldade. Eu acho que vamos ter que rever, mas não me pergunte que pontos ainda, porque a gente tá chegando nela", afirmou. A Lei de Responsabilidade Fiscal impõe limites aos gastos dos governos.
Em uma rápida entrevista coletiva ontem no Palácio das Indústrias, disse que vai arrumar dinheiro para os projetos sociais, mas que não sabe ainda como.

Social
Sem detalhar a pauta da reunião de hoje com o ministro Paulo Renato Souza (Educação), em Brasília, a prefeita disse que iria discutir os projetos sociais. "Ver a possibilidade de cooperação com o governo federal", afirmou.
A prefeita disse estar estudando o remanejamento de verbas no Orçamento municipal para esses projetos. Mas não disse quanto será usado nem como.
Ela também declarou que vai apresentar um projeto para uma lei municipal de improbidade administrativa. "A assessoria de assuntos jurídicos, junto com o jurista Fábio Konder Comparato, está elaborando uma lei municipal, na qual vamos apontar o que queremos para acrescentar à lei nacional", afirmou.

Sem-teto
A prefeita disse que se surpreendeu com a quantidade de pessoas atraídas pelo almoço com lideranças de sem-teto e moradores de rua -cerca de 800-, no Pátio do Colégio (região central).
Ela afirmou que vai investir na criação de empregos para os sem-teto. "Muitos disseram que não conseguem emprego, porque moram em albergues. Mas, sem emprego, não conseguem ter uma casa. Precisamos quebrar esse círculo", afirmou.
A prefeita alertou os repórteres de que não vai querer a imprensa sempre por perto. Sobre o bloqueio que a Guarda Civil fez de manhã, impedindo os jornalistas de sair da sala de imprensa da prefeitura, disse desconhecer.
"Não sei disso. Acho que foi um incidente normal. Mas muitas vezes vou pedir para vocês não acompanharem."
Marta só falou com os repórteres depois de muita insistência. Mas disse que só responderia a cinco perguntas na entrevista, que contou com 18 jornalistas. Ela chegou à sala de imprensa às 16h53, respondeu a seis questões e saiu às 17h02.
"Que lugar esquisito!", disse ao entrar na sala, no térreo do Palácio das Indústrias, com mesas, cadeiras, cabines de telefone, um velho ventilador e um bebedouro.
"Isso aqui vai mudar, né, Garreta (Valdemir Garreta, secretário de Comunicação Social, que a acompanhava). Espero poder melhorar o local."
Já de saída, questionada sobre a questão do lixo, Marta declarou não estar "preparada para falar no momento".
(ESTANISLAU MARIA)


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