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Explosão em quartel da PM mata sargento
Destruição provocou pânico na vizinhança, e quatro pistas da marginal Tietê, atingidas por destroços, foram interditadas
Estilhaços deixaram feridos 4 soldados que trabalhavam no quartel e 5 pessoas que estavam próximas ao local, na zona norte de São Paulo
Diego Padgurschi/Folha Imagem
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Destroços de parte do quartel do Gate (Grupo de Operações Táticas Especiais) da PM, zona norte de São Paulo, onde ocorreram as explosões; um sargento morreu e nove pessoas ficaram feridas
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma série de três explosões
acidentais dentro do quartel do
Gate (Grupo de Operações Táticas Especiais) da Polícia Militar, na zona norte de São Paulo,
matou um sargento e feriu quatro PMs do batalhão, além de
cinco pessoas que estavam nas
proximidades. As causas do acidente ainda serão investigadas.
Um dos feridos era funcionário da Fundação Casa (antiga
Febem) da Vila Maria, vizinha
ao local do incidente.
Houve pânico na vizinhança.
Moradores pensaram que se
tratava de um ataque criminoso ao quartel. Destroços foram
lançados a cerca de 50 metros e
chegaram até a marginal Tietê,
que teve quatro pistas do sentido Castelo Branco (SP-280) interditadas das 9h às 13h.
O local foi isolado e periciado. Havia cerca de 400 toneladas de destroços, segundo a
Subprefeitura da Vila Maria,
que fez a limpeza do local.
O depósito ficou todo destruído. As explosões danificaram também as instalações do
Corpo de Bombeiros, que funciona no mesmo terreno, e 16
veículos da Polícia Militar.
As duas primeiras explosões
ocorreram dentro de um galpão, com cerca de 15 m2, onde
são depositados artefatos com
potencial explosivo apreendidos pela Polícia Militar.
Também estavam armazenados no depósito materiais usados em operações do esquadrão antibombas para implodir
esses artefatos, como emulsões
explosivas, espoletas e cordéis
detonadores.
Além do depósito, também
explodiu um microônibus que
estava estacionado ao lado. O
veículo, mantido preparado pelo Gate para saídas de emergência, estava carregado de
munições e bombas.
O coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Jair Paca de
Lima, que trabalhou no Gate e
no Corpo de Bombeiros, avaliou que a explosão foi potencializada devido às condições
do local, com poucas saídas de
ar. ""Era um ambiente muito fechado, confinado", declarou.
Para a PM, o mais provável é
que a primeira detonação tenha acontecido quando o sargento José Alberto Mini, 36,
morto no acidente, realizava
perícia em algum artefato.
Mini era casado com uma
policial feminina de Piracicaba
(interior de São Paulo) e tinha
três filhos, de quatro a 16 anos.
Ele ingressara na Polícia Militar em 1990 e havia nove anos
atuava como perito do Gate.
Segundo o coronel Joviano
Conceição Lima, comandante
do policiamento de choque, a
equipe do sargento havia sido
designada para apressar a perícia em três artefatos apreendidos desde o Natal na cidade.
O último deles, um cilindro
cheio de pólvora, foi encontrado às 11h30 de anteontem sob o
banco de um vagão da CPTM
(Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos). ""Não sei se
era nesse último [em que o sargento fazia a perícia]", disse.
Foram abertos um Inquérito
Policial Militar e uma sindicância interna para apurar as causas do acidente. A Polícia Civil
enviou equipe ao local.
O coronel praticamente descartou que a série de explosões
tenha começado nos materiais
usados em operações do Gate.
""Tudo que estava lá estava separado, muito arrumadinho.
Nada que pudesse se juntar e
causar a explosão."
O coronel afirmou que, após
a perícia, seriam analisadas as
condições de o local continuar
sendo utilizado para perícias
em bombas. Há risco para pedestres e motoristas que trafegam pelas proximidades. ""Se
houver necessidade de mudar
de local, iremos para outro."
A Folha procurou o Comando Militar do Sudeste do Exército, para saber se o local tinha
condições de armazenar bombas, mas não obteve resposta.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, AFRA BALAZINA E FELIPE BACHÄTOLD, colaboração
para a Folha)
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