São Paulo, quinta-feira, 03 de janeiro de 2008

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Feriado teve 30 mortes/dia nas vias federais

Natal e Ano Novo nas estradas federais tiveram 295 mortes, 35% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado

Para a Polícia Rodoviária, aumento foi causado por imprudência dos motoristas e pelo maior número de carros circulando nas vias

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os feriados de final de ano deixaram um saldo de 295 mortos em dez dias nas estradas federais em todo país, um aumento de 35% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No total, foram contabilizados 4,3 mil acidentes e 3.146 feridos nos dez dias das operações de Natal (21 ao 25 de dezembro) e do Ano Novo (28 de dezembro ao 1º de janeiro).
A alta foi puxada pela imprudência e pela alta velocidade no período do Natal, o que levou a Polícia Rodoviária Federal a reforçar a fiscalização no Ano Novo. Minas Gerais liderou o levantamento com 234 acidentes, 14 mortos e 195 feridos. Depois ficaram o Rio Grande do Sul e Santa Catarina com 190 acidentes cada, seguidos do Rio de Janeiro (184), São Paulo (123) e Bahia (106).
Minas tem a maior malha rodoviária federal, mas a polícia considera que as estradas mais violentas estão em São Paulo, com média de nove acidentes por quilômetro policiado. A média nacional é 1,8. A virada do ano em São Paulo teve 123 acidentes com 88 feridos nas estradas federais.
Após classificar o período de "Natal sangrento", a polícia cancelou folgas e usou policiais do setor administrativo para aumentar a fiscalização. Apenas no Natal, ocorreram 196 mortes, 81% a mais que nos mesmos dias de 2006, e 2.562 acidentes -aumento de 20%.
Com isso, houve uma queda de 49,5% no número de mortos e de 32,1% nos registros de acidentes entre os dois feriadões, sem redução na movimentação nas rodovias federais.
No período equivalente de 2006 e 2007 foram contabilizados 4.165 acidentes, com 219 mortos e 2881 feridos. Nesse período, as operações especiais da polícia também foram mais curtas, com 4 dias de fiscalização em cada feriadão.
A polícia diz que os feriadões foram mais complicados nas estradas porque 2007 foi o "ano do carro fácil e avião difícil". "Mesmo com a crise aérea relativamente dominada, ainda há incerteza e insegurança na população. Aliado a isso, tivemos um boom industrial automotivo", disse Alvarez Simões, coordenador de controle operacional da polícia.

São Paulo
O número de ocorrências nas estradas estaduais e sob administração de concessionárias de São Paulo também cresceu. Entre os dez dias de operação especial de Natal e Ano Novo, houve 2.363 acidentes, o que representa aumento de cerca de 4% em relação a 2006, quando foram registrados 2.276 acidentes nas rodovias estaduais ou concessões.
Nas festas do final de 2006, entretanto, os feriados do dia 25 de dezembro e do dia 1º de janeiro foram em segundas-feiras, e houve apenas oito dias de operações especiais. Assim, o número médio de acidentes por dia em 2006 foi maior, bem como o de feridos (163 em 2006 e 159 em 2007). A média de mortes, porém, foi de 8,2 em 2007, maior que em 2006 (7).
Além dos acidentes, os motoristas também tiveram que enfrentar longos congestionamentos. Ontem, na Imigrantes, que liga a capital paulista ao litoral, havia 38 quilômetros de lentidão até as 17h. Entre a saída de São Vicente até o trecho de serra em direção a São Paulo, eram 19 quilômetros.


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