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Feriado teve 30 mortes/dia nas vias federais
Natal e Ano Novo nas estradas federais tiveram 295 mortes, 35% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado
Para a Polícia Rodoviária, aumento foi causado por imprudência dos motoristas e pelo maior número de carros circulando nas vias
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os feriados de final de ano
deixaram um saldo de 295 mortos em dez dias nas estradas federais em todo país, um aumento de 35% em comparação
com o mesmo período do ano
anterior. No total, foram contabilizados 4,3 mil acidentes e
3.146 feridos nos dez dias das
operações de Natal (21 ao 25 de
dezembro) e do Ano Novo (28
de dezembro ao 1º de janeiro).
A alta foi puxada pela imprudência e pela alta velocidade no
período do Natal, o que levou a
Polícia Rodoviária Federal a reforçar a fiscalização no Ano Novo. Minas Gerais liderou o levantamento com 234 acidentes, 14 mortos e 195 feridos. Depois ficaram o Rio Grande do
Sul e Santa Catarina com 190
acidentes cada, seguidos do Rio
de Janeiro (184), São Paulo
(123) e Bahia (106).
Minas tem a maior malha rodoviária federal, mas a polícia
considera que as estradas mais
violentas estão em São Paulo,
com média de nove acidentes
por quilômetro policiado. A
média nacional é 1,8. A virada
do ano em São Paulo teve 123
acidentes com 88 feridos nas
estradas federais.
Após classificar o período de
"Natal sangrento", a polícia
cancelou folgas e usou policiais
do setor administrativo para
aumentar a fiscalização. Apenas no Natal, ocorreram 196
mortes, 81% a mais que nos
mesmos dias de 2006, e 2.562
acidentes -aumento de 20%.
Com isso, houve uma queda
de 49,5% no número de mortos
e de 32,1% nos registros de acidentes entre os dois feriadões,
sem redução na movimentação
nas rodovias federais.
No período equivalente de
2006 e 2007 foram contabilizados 4.165 acidentes, com 219
mortos e 2881 feridos. Nesse
período, as operações especiais
da polícia também foram mais
curtas, com 4 dias de fiscalização em cada feriadão.
A polícia diz que os feriadões
foram mais complicados nas
estradas porque 2007 foi o "ano
do carro fácil e avião difícil".
"Mesmo com a crise aérea relativamente dominada, ainda há
incerteza e insegurança na população. Aliado a isso, tivemos
um boom industrial automotivo", disse Alvarez Simões, coordenador de controle operacional da polícia.
São Paulo
O número de ocorrências nas
estradas estaduais e sob administração de concessionárias de
São Paulo também cresceu. Entre os dez dias de operação especial de Natal e Ano Novo,
houve 2.363 acidentes, o que
representa aumento de cerca
de 4% em relação a 2006,
quando foram registrados
2.276 acidentes nas rodovias
estaduais ou concessões.
Nas festas do final de 2006,
entretanto, os feriados do dia
25 de dezembro e do dia 1º de
janeiro foram em segundas-feiras, e houve apenas oito dias
de operações especiais. Assim,
o número médio de acidentes
por dia em 2006 foi maior, bem
como o de feridos (163 em
2006 e 159 em 2007). A média
de mortes, porém, foi de 8,2 em
2007, maior que em 2006 (7).
Além dos acidentes, os motoristas também tiveram que
enfrentar longos congestionamentos. Ontem, na Imigrantes, que liga a capital paulista
ao litoral, havia 38 quilômetros
de lentidão até as 17h. Entre a
saída de São Vicente até o trecho de serra em direção a São
Paulo, eram 19 quilômetros.
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