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MIGUEL PECHMAN RITTNER (1922-2009)
Um engenheiro apaixonado por estradas
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O engenheiro fanático por
estradas Miguel Pechman
Rittner costumava contar à
família da vez em que foi
transferido para um cargo
menor quando era funcionário do DER (Departamento
de Estradas de Rodagem).
Aconteceu assim: certo
dia, o então governador de
SP, Adhemar de Barros, pediu para que ele encobrisse
uma estrada de terra com piche. O político pretendia, assim, sobrevoar a área e mostrá-la como obra de asfaltamento de seu governo.
Miguel recusou-se a atender o pedido e acabou transferido para outro setor.
Formado pela UFPR (Universidade Federal do PR) nos
anos 50 e funcionário do
DER desde os 60, dizia ter recebido muitas propostas estranhas ao longo da carreira.
Quando ficava encarregado pela construção de alguns
trechos de estrada, tinha o
hábito de receber carros 0
km de empreiteiras. Punha,
então, as chaves num envelope e as enviava de volta com o
pedido para retirarem o Opala da frente de sua casa.
Nos anos 70, implantou no
DER um sistema informatizado de contratos para coibir
desvio de verbas, como conta
o genro Roberto.
Húngaro, estava escrevendo uma autobiografia. Nela,
conta como chegou ao Brasil
aos três anos trazido pela família que fugia da perseguição sofrida pelos judeus.
Até os 78, deu cursos para
engenheiros. Morreu no domingo, aos 87, devido a complicações renais. Teve duas
filhas e quatro netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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