São Paulo, segunda-feira, 03 de janeiro de 2011

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SEVERINO GUIDO MAGNONI (1924-2010)

O inventor das pizzas brotinho

JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO

Numa época em que a boemia paulistana se reunia no centro da cidade, o engenheiro químico Severino Guido Magnoni ajudou um amigo a acabar com o desperdício em seu negócio.
Naquele tempo, vendia-se pizza em pedaço no já extinto bar Mester, mas seu dono não estava satisfeito com os resultados obtidos.
Cada vez que o cliente pedia um sabor que não estava na vitrine, o pizzaiolo tinha de fazer uma pizza inteira, às vezes para vender apenas um pedaço. O resto ia para o lixo.
Seu Guido sugeriu que ele continuasse fazendo a pizza inteira, mas em diâmetro menor. "Os jovens não estão atrás dos brotinhos [gíria da época para designar moças bonitas]? Vamos dar esse nome para a pizza", diz o médico Daniel Magnoni, reproduzindo o diálogo do pai.
Esse não foi o único feito notável de seu Guido. Aos 18 anos era goleiro reserva da Portuguesa. Mas sua carreira foi curtíssima. Na primeira e única vez em que jogou, tomou um frango pelo meio das pernas e acabou expulso de campo pela torcida.
Trabalhou na indústria automobilística, remou pelo Clube de Regatas do Tietê, foi conselheiro do Tênis Clube Paulista e diretor da Federação Paulista de Tênis.
E gostava muito de comer. Seu prato predileto era carneiro à caçadora, iguaria que degustou até mesmo no período de um ano em que esteve internado.
Na véspera do Natal, chamou a mulher, os três filhos e os seis netos. Deu um beijo em cada um e disse: "Tchau, tô indo". Morreu no dia seguinte, vítima de um câncer no estômago.
coluna.obituario@uol.com.br


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