São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2005

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SOB INVESTIGAÇÃO

Exame cita as mesmas substâncias nas filhas

Polícia acha produtos químicos na casa de casal morto em Campinas

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

A polícia localizou frascos de arsênico, antimônio e bismuto na casa do casal que morreu com suspeita de envenenamento em Campinas (95 km de SP).
Laudo do Centro de Controle de Intoxicações da Unicamp indicou anteontem a presença de metais pesados na urina das duas filhas do casal. A garota de 17 anos morreu na madrugada de segunda. A outra garota, de 15 anos, teve alta ontem à noite e foi para a casa de parentes. O pai e a mãe das jovens também morreram, no domingo.
A substância detectada na urina das filhas, segundo laudo, pode ser arsênico, bismuto ou antimônio -as mesmas achadas nos frascos, onde também foram encontrados outros produtos usados para manipulação em farmácia. O Adolfo Lutz determinará o tipo e a quantidade do produto.
O pai delas, o médico homeopata Hudson da Silva Carvalho, 46, era dono de farmácia e laboratório homeopático e tinha clínica homeopática ao lado da casa.
As três substâncias analisadas são usadas, por exemplo, nas indústrias química e metalúrgica e em clínicas homeopáticas. O arsênico pode ser letal a partir de 60 mg, dependendo do tipo de ingestão e do organismo da pessoa. O antimônio, porém, é menos nocivo nessa quantidade. Já o bismuto é ligado a doenças no cérebro.
A polícia, que concentra esforços em identificar o que causou as mortes, analisa a hipótese de a substância ter sido adicionada a um bolo de chocolate que a família comeu antes da internação. O bolo foi feito pela filha mais nova do casal. A polícia deve ouvir hoje a jovem. A polícia tentará esclarecer por que a chave da casa havia sumido, os cômodos estavam limpos e a louça, lavada.


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