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Camisa aposta em fantasias para animar sambódromo
Alegorias e carros inusitados chamaram a
atenção da platéia; escola foi a 1ª a desfilar
Na Mancha Verde, Ariano
Suassuna entrou no
Anhembi acompanhado de
Aldo Rebelo e do presidente
da Câmara de São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
A Mancha Verde levou na
noite de ontem políticos e encenações teatrais ao Sambódromo de São Paulo para fazer
uma homenagem ao escritor
Ariano Suassuna.
Ao lado de representações de
peças do dramaturgo paraibano, como "Auto da Compadecida", Suassuna, 80, entrou no
Anhembi acompanhado do deputado federal, Aldo Rebelo
(PC do B), e do presidente da
Câmara de São Paulo, Antonio
Carlos Rodrigues (PR).
Além do enredo "cultural", a
Mancha se destacava no começo do desfile com seu abre-alas
com bonecos gigantes do símbolo da escola com chapéu de
cangaceiro. A rainha da bateria,
Viviane Araújo, ex-namorada
do cantor Belo, despertava a
atenção dos fotógrafos.
Ela foi a segunda escola a desfilar na segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval paulistano, antecedida
pela Camisa Verde e Branco,
que abriu sua apresentação falando da história do cabelo e
chegou a empolgar a arquibancada em alguns momentos.
O Anhembi, pelo segundo dia
seguido, estava lotado, mas foi
alvo de muita confusão com foliões que compraram ingressos
mais caros, como cadeiras e camarotes, muitos deles turistas.
Enquanto a Camisa abria os
desfiles, às 22h35, havia uma fila superior a 500 metros para
entrar. Turistas diziam ter esperado até duas horas -e um
grupo de chineses e outro de
americanos foram embora.
O casal de alemães Feride,
42, e Fartino Mimnchella, 42,
protestavam diante da catraca,
ao lado de outros paulistanos,
alegando terem comprado um
ingresso de R$ 500 com a promessa de tratamento VIP. "É
um absurdo, pagamos caro",
disse Fartino. Japoneses e ingleses estavam assustados
diante do empurra-empurra.
O presidente da SPTuris,
Caio Luiz de Carvalho, culpou a
triagem da PM pela situação.
A Camisa animou a platéia
não pela qualidade técnica ou
luxo, mas sim pela curiosidade
das fantasias, dos carros alegóricos e dos passistas.
Falando de cabelo, os destaques de um carro foram sósias
-homens travestidos, mais especificamente- de Maria Bethânia, Clara Nunes e Tina Turner, artistas famosas por suas
respectivas cabeleiras.
Numa das alas, as pessoas levavam faixas com nomes de outras estrelas conhecidas. Uma
delas era Marilyn Monroe, que
teve seu nome erroneamente
grafado como Merilyn.
Na comissão de frente, estavam 14 homens das cavernas,
com perucas e roupas de pele.
Logo atrás, o primeiro carro
alegórico trazia uma cabeça gigantesca de Medusa, a personagem mitológica que tinha cobras no lugar de cabelos.
O desfile da Mancha foi precedido de conversas políticas.
O próprio homenageado, Ariano Suassuna, fez questão de falar de sua admiração pelo presidente Lula (PT). "Acho que ele
fez muita coisa para diminuir
esse terrível abismo que existe
no Brasil dos privilegiados e
dos despossuídos."
A X-9 Paulistana seria a terceira a desfilar na madrugada
de hoje falando do aquecimento global, seguida da Pérola Negra, sobre Jaguariúna, cidade
do interior paulista famosa por
seus rodeios. A Vai-Vai seria a
quinta a entrar na avenida, com
enredo inspirado na peça
"Acorda Brasil", do empresário
Antônio Ermírio de Moraes. Já
a Mocidade Alegre, campeã do
Carnaval de 2007, falaria de
São Paulo, mas prometeu não
citar alguns de seus principais
problemas, como a violência.
Império de Casa Verde fecharia
as apresentações pela manhã
falando da música popular brasileira.
(ALENCAR IZIDORO, AFRA BALAZINA, ALESSANDRA BALLES, EVANDRO SPINELLI e RICARDO WESTIN)
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