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"Coleta de estatísticas é muito precária", diz presidente de órgão de Segurança Pública
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do Colégio de Secretários de Segurança Pública, Luiz Fernando
Ferreira Delazari -secretário
do Paraná-, disse que o "Mapa
da Violência" "é falso" e "mentiroso", por existir problemas
graves na coleta de dados.
"Eu não acredito em mapa de
violência do Brasil. A coleta de
estatísticas é muito precária, é
feita de forma completamente
distinta de um Estado para o
outro. Não há um padrão de
produção de estatísticas e,
quando você não tem um padrão, você não pode comparar
coisas que são diferentes."
O Paraná tem um dos índices
mais baixos de "intenção indeterminada", que, em 2005, foi
de 1,96%. "O que a gente procura é ficar o mais próximo da
realidade possível", disse ele.
Em São Paulo, segundo a
Fundação Seade (que organiza
os dados no Estado), poucas cidades fazem a investigação. A
capital do Estado, segundo a
coordenadora de Epidemiologia e Informação da Secretaria
Municipal da Saúde, Margarida
Lira, reduziu o número de indeterminação após um esforço
de investigação. Em 2005, segundo ela, o IML registrou 678
homicídios -número que, após
investigação, subiu para 1.137.
"Em acidente de trânsito foi
que a gente mais conseguiu
avançar. Vinha muita coisa como acidente, mas não especificava o que era o acidente de
trânsito ou se a morte era de
pedestre ou motociclista."
Para Ana Maria Nogales Vasconcelos, coordenadora do Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais da UnB (Universidade
de Brasília), em muitos casos, o
médico tem receio de atestar a
causa da morte. "Muitos deles
colocam apenas as lesões e não
dizem se foi homicídio, suicídio
ou acidente. Estão se resguardando, julgam-se incompetentes para analisar o que iniciou o
processo mórbido."
(ES e RP)
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