São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

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"Coleta de estatísticas é muito precária", diz presidente de órgão de Segurança Pública

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do Colégio de Secretários de Segurança Pública, Luiz Fernando Ferreira Delazari -secretário do Paraná-, disse que o "Mapa da Violência" "é falso" e "mentiroso", por existir problemas graves na coleta de dados.
"Eu não acredito em mapa de violência do Brasil. A coleta de estatísticas é muito precária, é feita de forma completamente distinta de um Estado para o outro. Não há um padrão de produção de estatísticas e, quando você não tem um padrão, você não pode comparar coisas que são diferentes."
O Paraná tem um dos índices mais baixos de "intenção indeterminada", que, em 2005, foi de 1,96%. "O que a gente procura é ficar o mais próximo da realidade possível", disse ele.
Em São Paulo, segundo a Fundação Seade (que organiza os dados no Estado), poucas cidades fazem a investigação. A capital do Estado, segundo a coordenadora de Epidemiologia e Informação da Secretaria Municipal da Saúde, Margarida Lira, reduziu o número de indeterminação após um esforço de investigação. Em 2005, segundo ela, o IML registrou 678 homicídios -número que, após investigação, subiu para 1.137.
"Em acidente de trânsito foi que a gente mais conseguiu avançar. Vinha muita coisa como acidente, mas não especificava o que era o acidente de trânsito ou se a morte era de pedestre ou motociclista."
Para Ana Maria Nogales Vasconcelos, coordenadora do Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais da UnB (Universidade de Brasília), em muitos casos, o médico tem receio de atestar a causa da morte. "Muitos deles colocam apenas as lesões e não dizem se foi homicídio, suicídio ou acidente. Estão se resguardando, julgam-se incompetentes para analisar o que iniciou o processo mórbido." (ES e RP)


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