São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

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Galo da Madrugada leva às ruas de Recife sátira à febre amarela

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Os cartões corporativos do governo federal e o surto de febre amarela no país foram alguns dos temas satirizados ontem em Recife (PE) pelos foliões que participaram do desfile do Galo da Madrugada, o maior bloco carnavalesco do mundo, segundo o "Guinness Book", o livro dos recordes.
A agremiação, que completou ontem 30 anos de fundação e 31 desfiles, reuniu pelo menos 1,5 milhão de pessoas, segundo os organizadores. A polícia não avaliou o contingente.
A festa homenageou as origens do bloco, que foi criado em 1978 como um clube de máscaras. A pedido dos fundadores, a maioria dos foliões compareceu ao desfile vestindo fantasias simples e coloridas.
Outros, entretanto, optaram pela sátira política.
Foi o caso do corretor de imóveis Osvaldo Costa e da socióloga Nilda Magalhães, que se fantasiaram de presidente Luiz Inácio Lula da Silva e primeira-dama Marisa.
O casal puxava em um carrinho de mão um grande livro, intitulado "Nunca Antes na História deste País". Suas cinco páginas mencionavam a "crise na saúde", o "risco de apagão", o "caos aéreo", o "desmatamento" e a "crise de identidade" do presidente, que disse ser uma "metamorfose ambulante".
Nas mãos de "Marisa", um "cartão corporativo" gigante, o "PTCard, sem limites de gastos". O corretor e a socióloga desfilam há seis anos no bloco.

"Xô Mosquito"
Os foliões também se divertiram vestidos de dominós, cangaceiros e vampiros. Um grupo, o "Xô Mosquito", trazia seus integrantes cobertos por uma rede fina "para evitar o mosquito da febre amarela".
O desfile do Galo da Madrugada começou a desfilar por volta das 9h30. Para animar o bloco, 22 trios elétricos foram contratados -um deles comandado pelo músico Alceu Valença. Todos eles foram orientados a tocar apenas música pernambucana durante todo o dia.
Neste ano, o carro abre-alas da agremiação voltou a apresentar a figura completa de um galo. No ano passado, apenas a cabeça da ave foi exibida, o que causou alguns protestos.


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