Após polícia ocupar permanentemente o morro Dona Marta, no Rio, local passou a receber estrangeiros

FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

Visitas como a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai hoje conferir as mudanças na favela do morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul do Rio), não espantam mais os moradores da comunidade.
Desde novembro passado, quando a polícia ocupou o morro -que o governo do Estado sonha transformar em "favela-modelo"-, é comum os moradores receberem estrangeiros dispostos a conhecer o local.
Para facilitar a subida existe até uma versão do bondinho do Pão de Açúcar: o Plano Inclinado Comunidade Santa Marta, bonde gratuito mantido pelo governo para facilitar o acesso dos moradores da favela.
Quem recebe os estrangeiros é a capitã Pricilla de Oliveira Azevedo, 30, que desde dezembro comanda os 126 PMs da Companhia de Policiamento Comunitário inaugurada no morro. O policiamento foi o primeiro passo do governo para transformar a comunidade -que já foi dominada pela facção CV (Comando Vermelho)- em "favela-modelo".
Foram montadas blitze permanentes nos acessos ao morro, além de patrulhas que circulam continuamente. "As únicas ocorrências recentes envolveram um homem que agrediu a mulher e um rapaz fumando maconha", diz a capitã.
A companhia da PM ainda não tem telefone, há muito lixo em meio às casas e as ligações elétricas são precárias.
O presidente Lula irá inaugurar no Dona Marta um Cetep (Centro de Educação Tecnológica e Profissionalizante) para 3.904 alunos. A partir da próxima semana serão oferecidos nove cursos de formação continuada de trabalhadores, como espanhol, inglês, informática, de bombeiro e eletricista, entre outros. Antes, Lula inaugura a primeira obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Rio -o colégio estadual compositor Luiz Carlos da Vila, em Manguinhos.


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