São Paulo, quarta-feira, 03 de fevereiro de 2010

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Capital paulista tem alta de latrocínios em 2009

Foram cem casos de roubo seguido de morte no ano passado contra 69 em 2008

Especialistas e Secretaria da Segurança Pública não sabem explicar o porquê do crescimento desse tipo de crime na cidade

DA REPORTAGEM LOCAL

A capital paulista enfrentou um crescimento de latrocínios (roubo seguido de morte) no ano passado. Já a Grande São Paulo teve uma onda de sequestros em 2009.
Balanço divulgado ontem pela Secretaria da Segurança Pública mostra que foram cem latrocínios na cidade de São Paulo (com 101 mortes), média de oito casos por mês -crescimento de 44,9% em relação aos 69 registrados em 2008.
Esse é o segundo aumento consecutivo desse tipo de crime na capital paulista, onde vinha ocorrendo uma redução desde 1999, quando 298 casos foram registrados. No Estado, em 2008 foram 267 casos, e no ano passado, 304, aproximadamente 14% a mais.
O crescimento desse tipo de crime está ligado ao aumento dos casos de assalto, que em 2009 bateram um recorde em todo o Estado com 257 mil ocorrências. O que nem os especialistas consultados pela Folha nem a Secretaria da Segurança Pública sabem responder é o porquê do aumento ter ocorrido no ano passado.
"Pode ser que as pessoas estejam reagindo mais aos assaltos, pode ser que os ladrões estejam mais violentos ou que um número de bandidos deixou as prisões e voltou para o crime", ponderou o coronel reformado da Polícia Militar José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional da Segurança Pública.
O delegado-geral da Polícia Civil, Domingos Paulo Neto, afirma também não saber a razão que levou ao aumento dos casos de latrocínio, mas defende maior repressão.
"O latrocínio tem um caráter diferente do crime de homicídio. Ele é um assalto que deu errado e por isso precisamos focar no combate a esse crime. É o que temos feito", afirmou Paulo Neto.

Sequestros
Na região da Grande São Paulo, formada por 28 municípios (entre eles Osasco, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, exceto a cidade de São Paulo), o maior aumento foi na quantidade de sequestros-crescimento de 109%. No ano retrasado, foram 11 casos; no passado, 23.
Na avaliação de especialistas consultados pela reportagem, a mudança pode ter ocorrido por conta da migração dos criminosos que antes praticavam outros delitos.
"A repressão a alguns crimes que eram mais comuns, como roubo a banco, pode ter feito com que os grupos formassem bandos de sequestradores", diz o ex-secretário nacional da Segurança Pública.
(AFONSO BENITES, EVANDRO SPINELLI E ANDRÉ CARAMANTE)


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