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USP agora limita provas de corrida dentro do campus
Universidade já anunciara carteirinha e limitação de horários para quem treina no local
Coordenadoria afirma que barulho e fluxo de pessoas "desvirtuam" finalidade do campus; promotores de eventos criticam medida
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A USP restringiu o número
de corridas de rua na Cidade
Universitária. Para este ano,
nove foram liberadas, ante 25
em 2009. Além disso, a taxa cobrada dos eventos subirá.
A coordenadoria do campus
afirma que as provas, que chegaram a reunir 25 mil corredores aos finais de semana, atrapalhavam as atividades universitárias e o entorno da instituição, na zona oeste da capital.
Com a medida, não receberam autorização eventos como
10 milhas SP (patrocinada pela
Mizuno), EcoRun (Braskem),
Night Run (Fila) e Reebok
10km. Em geral, são voltadas a
esportistas amadores. No total,
foram 16 pedidos negados.
"A finalidade do campus estava desvirtuada. Aqui não é
parque público. E não havia regras", diz Cristina Guarnieri,
responsável pelas relações institucionais da coordenadoria.
Entre os transtornos, ela cita
o barulho e o fluxo de pessoas,
que atrapalhavam as atividades
da USP aos fins de semana, como laboratórios e hospital; a
montagem das estruturas durante a semana, que dificultava
a locomoção no campus; e o
trânsito na região.
Para que não houvesse restrição total, a coordenadoria
decidiu autorizar um evento
por mês e somente durante o
ano letivo. Além disso, foram fixados critérios para a autorização, como limite de participantes (máximo de 6.000).
Haverá ainda aumento da taxa para a liberação. Antes, eram
R$ 6.000 por hora; o valor foi
mantido e haverá mais R$ 1 por
participante. As provas cobram
cerca de R$ 70 de inscrição.
A verba arrecadada irá para
limpeza e manutenção. As restrições para corridas é mais
uma medida na tentativa de
controlar o uso do campus.
Neste mês, foi anunciada a adoção de carteirinhas para esportistas e limitação de horários.
As medidas foram aprovadas
antes da posse do novo reitor,
João Grandino Rodas (a decisão não precisa do seu aval).
Reclamações
"A cidade é carente de espaços para corridas. Há uma demanda cada vez maior de pessoas querendo praticar esportes", diz Tomas Dreyfuss, diretor da promotora Vetor, que teve quatro pedidos negados.
"Não há espaço como a Cidade Universitária", diz Eduardo
Gayotto, que teve cinco pedidos negados e um aceito. Só o
campus, afirma, tem "relativa
segurança", espaço para estacionamento e bom percurso.
Os organizadores já buscam
outros locais, como as ruas do
centro, o entorno do estádio do
Pacaembu e o Jóquei Clube.
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