São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011 |
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Faculdade ficou cara demais, diz ex-aluna Mesmo com 50% de bolsa, estudante afirma não ter conseguido continuar curso de direito após dois semestres Baixa oferta de vagas em faculdades públicas é criticada; sindicato das escolas vê evasão da classe C sem ProUni DE SÃO PAULO O caso de Rosiele de Azevedo, 29, que veio de Manaus no ano passado com dois filhos pequenos para estudar, é um dos exemplos de alunos das classes C e D que tiveram acesso à universidade. Com o marido desempregado, ela sustenta a família com os R$ 650 que recebe do estágio. Depois de dois semestres em direito na Zumbi dos Palmares, os R$ 165 que pagava -tinha bolsa de 50%- pesaram no orçamento e ela não fez rematrícula. "A faculdade ficou cara demais. Tinha o gasto com a mensalidade, com os trabalhos, com a passagem", diz. Informada sobre o caso de Rosiele, a Zumbi dos Palmares disse que faz um trabalho individualizado de renegociação de dívidas. Para Carlos Monteiro, consultor em ensino superior, outro fator que explica a maior evasão em São Paulo é o fato de o aluno ser mais exigente que a média. Flávia Cristina da Silva, 29, abandonou o curso de direito da Uninove sem completar o primeiro semestre. Ela diz que não estava satisfeita com a qualidade das aulas e com o nível dos colegas. "Achei que fosse melhorar com o passar dos meses, mas não melhorou", diz. Fez então as contas e decidiu que estava pagando caro. Cancelou a matrícula. A Uninove disse que seu curso de direito é bem avaliado pelo MEC, tem corpo docente qualificado e infraestrutura de ponta. Segundo o consultor Monteiro, a situação é agravada pelo fato de, proporcionalmente, haver menos vagas nas universidades públicas. O MEC admite que SP tem menos vagas públicas proporcionalmente, mas disse que tem aumentado a oferta. PROUNI Analistas divergem sobre o impacto das bolsas do ProUni na evasão. Para José Carlos Rothen, pesquisador da Universidade Federal de São Carlos, uma possível explicação para o aumento da taxa é a dificuldade de os alunos se manterem no curso. Já para o diretor executivo do Semesp (sindicato das universidades privadas de SP), Rodrigo Capelato, os alunos da classe C, sem ProUni, é que tendem a abandonar os cursos. "Para ser escolhido no programa, é preciso ter ido bem no Enem. São alunos preparados." Texto Anterior: Em dez anos, desistência em universidades de SP dispara Próximo Texto: Análise: Outros dados apontam para estagnação do ensino superior em São Paulo Índice | Comunicar Erros |
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