São Paulo, sexta-feira, 03 de março de 2006

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INFÂNCIA

De acordo com a polícia, ela admitiu ter pego garota com 12 dias de vida

Polícia investiga se auxiliar seqüestrou seus quatro filhos

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul investiga se a auxiliar de enfermagem Maria Marlene de Souza Santana, 41, presa em Campinas (SP) pelo seqüestro de um bebê, também criou outras quatro crianças de outras famílias como seus filhos legítimos.
Ela admitiu ter seqüestrado no último dia 20, em Campo Grande, uma menina com 12 dias de vida, mas disse à polícia que são legítimos seus quatro filhos, hoje com 16, 19, 21 e 22 anos. São duas moças e dois rapazes que moram em São Paulo, Bauru (SP) e Goiânia.
"Em telefonema anônimo, uma pessoa, dizendo-se amigo do finado marido dela, afirmou que os outros quatros filhos também foram subtraídos quando crianças dos pais", disse o delegado Luís Ojeda. "Vamos averiguar se essas crianças têm registros nos hospitais, de que forma foram lavradas as certidões de nascimento, conferir o tipo sangüíneo e, se for necessário, fazer exame de DNA."
Maria Marlene é acusada de subtração de incapaz e falsificação do registro de nascimento. Na Justiça, não consta que ela tenha advogado. Segundo a polícia, ela fingiu ser assistente social para pegar o bebê em Campo Grande. Após fazer compras com a mãe biológica da menina em uma loja, afirmou, ainda segundo a polícia, que precisava ir ao banco sacar dinheiro -e pediu para levar a criança para evitar a fila.
O marido da auxiliar de enfermagem, Natanael Pedro Santana, 23, disse não acreditar que ela tenha seqüestrado os quatro filhos. "Fiquei surpreso quando a polícia chegou em casa e a prendeu."
Os dois estão casados há cerca de um ano e moram sozinhos em uma casa simples na periferia de Campinas. O marido disse que a mulher perdeu um bebê em abril do ano passado e, em agosto, disse ter ficado grávida de novo. "Estranhei, a barriga dela não crescia, mas ela havia me mostrado um exame positivo de gravidez."
Segundo ele, a mulher disse que iria para Campo Grande para cuidar de negócios de uma casa que tinha com o marido morto. "Depois ela me ligou e disse que tinha sofrido um leve acidente e que o nosso bebê tinha nascido."
Para o delegado do 7º DP de Campinas, Luís Henrique Apocalypse Jóia, a mulher premeditou o crime. "Ela alterou de negativo para positivo um exame de gravidez feito em agosto e passou cinco dias em Campo Grande à procura de um bebê com características semelhantes às dela."

Pedrinho
Também por subtração de incapaz e falsidade ideológica, a ex-empresária Vilma Martins Costa, 51, foi condenada em 2003 à prisão por levar da maternidade e criar como filhos legítimos Pedro Rosalino Bráulio Pinto, o Pedrinho, em 1986, e Aparecida Fernandes Ribeiro da Silva, em 1979.


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