São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2010

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KÁTIA REGINA LEITE (1965-2010)

Uma advogada que defendia mulheres agredidas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Aos 21, Kátia Regina Leite formou-se em direito pela PUC-PR. Era a primeira da turma. Aí, abriu escritório na área de direito da família, casou-se com um comerciante, teve três filhos e conseguiu pagar os estudos da irmã, que depois foi trabalhar com ela.
Nascida em Ubiratã, cidade do Paraná, hoje com 21.558 habitantes, Kátia era filha de uma professora primária aposentada. Antes de entrar para a faculdade, chegou a dar aulas como a mãe. Mas se apaixonou pelo direito.
Como diz a amiga Isabel, que é casada com Pedro, um primo dela, a advogada costumava tomar as causas dos clientes como se fossem suas.
Por volta dos 35 anos, teve um reviravolta na vida: já separada do marido, descobriu-se com esclerose múltipla, uma doença no sistema nervoso. Perdeu movimentos do corpo e mal conseguia falar.
Após passar por tratamentos médicos, foi se recuperando. Decidiu prestar um concurso, passou e foi trabalhar na ParanaPrevidência. Estava adorando o trabalho e, ao mesmo tempo, ainda mantinha o escritório -cuidava de casos envolvendo a Lei Maria da Penha, que pune agressões domésticas a mulheres.
Na quarta, ao sair de casa, em Curitiba, foi morta com cinco tiros por dois homens, que fugiram numa moto. A família diz acreditar que o crime foi motivado por vingança. Ela deixa um companheiro, com quem estava havia cerca de dez anos, e três filhos -um deles estuda direito.
Ontem à noite, uma missa foi rezada em sua memória.

coluna.obituario@uol.com.br


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