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KÁTIA REGINA LEITE (1965-2010)
Uma advogada que defendia mulheres agredidas
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Aos 21, Kátia Regina Leite
formou-se em direito pela
PUC-PR. Era a primeira da
turma. Aí, abriu escritório na
área de direito da família, casou-se com um comerciante,
teve três filhos e conseguiu
pagar os estudos da irmã, que
depois foi trabalhar com ela.
Nascida em Ubiratã, cidade
do Paraná, hoje com 21.558
habitantes, Kátia era filha de
uma professora primária aposentada. Antes de entrar para
a faculdade, chegou a dar aulas como a mãe. Mas se apaixonou pelo direito.
Como diz a amiga Isabel,
que é casada com Pedro, um
primo dela, a advogada costumava tomar as causas dos
clientes como se fossem suas.
Por volta dos 35 anos, teve
um reviravolta na vida: já separada do marido, descobriu-se com esclerose múltipla,
uma doença no sistema nervoso. Perdeu movimentos do
corpo e mal conseguia falar.
Após passar por tratamentos médicos, foi se recuperando. Decidiu prestar um concurso, passou e foi trabalhar
na ParanaPrevidência. Estava
adorando o trabalho e, ao
mesmo tempo, ainda mantinha o escritório -cuidava de
casos envolvendo a Lei Maria
da Penha, que pune agressões
domésticas a mulheres.
Na quarta, ao sair de casa,
em Curitiba, foi morta com
cinco tiros por dois homens,
que fugiram numa moto. A família diz acreditar que o crime foi motivado por vingança. Ela deixa um companheiro, com quem estava havia
cerca de dez anos, e três filhos
-um deles estuda direito.
Ontem à noite, uma missa
foi rezada em sua memória.
coluna.obituario@uol.com.br
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