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NOVA FAMA
Nome foi ligado à nobreza de PE
DA REVISTA
Um dos mais populares de Pernambuco, o nome Severino começou a ser difundido no Estado
no final do século 18, quando uma
imagem do santo homônimo foi
trazida da Itália para o município
de Paudalho.
A imagem de Severino foi levada para a capela de Engenho Ramos, pertencente à família Soares
de Araújo, que administra o local
até hoje.
A partir do século 19, o lugar virou um pequeno centro de romarias do povo local, atraindo católicos de todo Pernambuco e regiões
fronteiriças.
"Na primeira fase, o nome era
relacionado à pequena nobreza, a
famílias donas de antigos engenhos de cana-de-açúcar", explica
o antropólogo Bartolomeu Tito
Figueirôa de Medeiros, 64, que é
professor da UFPE (Universidade
Federal de Pernambuco).
No período que precedeu a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ele já era comum em diferentes Estados do Nordeste.
"Fiéis colocavam o nome nos filhos por terem obtido alguma
graça, sobretudo em temas relacionados à saúde", afirma o professor Bartolomeu.
Severino passou a ser sinônimo
de sertanejo e retirante a tal ponto
que chegou a virar protagonista
da mais famosa poesia de João
Cabral de Melo Neto, "Morte e Vida Severina".
A popularização era tanta que,
nos anos 50, as excelências (cantigas de velório) se referiam ao defunto como "finado Severino", independentemente do nome verdadeiro do morto.
Mas no final da década de 60, o
nome Severino caiu em desuso.
"Foi substituído por nomes de
ídolos da televisão, música nacional e internacional, personagens
de novela e figuras do mundo político", afirma o antropólogo Bartolomeu.
"Hoje, está quase extinto. Raramente é registrado, sempre em
homenagens a avôs e pais", completa o professor da UFPE.
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