São Paulo, domingo, 03 de abril de 2005

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NOVA FAMA

Nome foi ligado à nobreza de PE

DA REVISTA

Um dos mais populares de Pernambuco, o nome Severino começou a ser difundido no Estado no final do século 18, quando uma imagem do santo homônimo foi trazida da Itália para o município de Paudalho.
A imagem de Severino foi levada para a capela de Engenho Ramos, pertencente à família Soares de Araújo, que administra o local até hoje.
A partir do século 19, o lugar virou um pequeno centro de romarias do povo local, atraindo católicos de todo Pernambuco e regiões fronteiriças.
"Na primeira fase, o nome era relacionado à pequena nobreza, a famílias donas de antigos engenhos de cana-de-açúcar", explica o antropólogo Bartolomeu Tito Figueirôa de Medeiros, 64, que é professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
No período que precedeu a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ele já era comum em diferentes Estados do Nordeste.
"Fiéis colocavam o nome nos filhos por terem obtido alguma graça, sobretudo em temas relacionados à saúde", afirma o professor Bartolomeu.
Severino passou a ser sinônimo de sertanejo e retirante a tal ponto que chegou a virar protagonista da mais famosa poesia de João Cabral de Melo Neto, "Morte e Vida Severina".
A popularização era tanta que, nos anos 50, as excelências (cantigas de velório) se referiam ao defunto como "finado Severino", independentemente do nome verdadeiro do morto.
Mas no final da década de 60, o nome Severino caiu em desuso.
"Foi substituído por nomes de ídolos da televisão, música nacional e internacional, personagens de novela e figuras do mundo político", afirma o antropólogo Bartolomeu.
"Hoje, está quase extinto. Raramente é registrado, sempre em homenagens a avôs e pais", completa o professor da UFPE.


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