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Trem-bala SP-Rio terá 8 paradas obrigatórias
Estudo técnico entregue ontem ao governo federal inclui novas estações, como a de São José dos Campos (interior de SP)
Trem de Alta Velocidade transportará até 10 milhões de passageiros por ano, o triplo do que foi registrado na ponte aérea em 2008
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O trem-bala que ligará o Rio
de Janeiro a São Paulo deverá
ter ao menos oito estações
obrigatórias, aponta estudo
técnico do projeto entregue ontem pela inglesa Halcrow
Group ao governo federal.
O documento diz que o TAV
(Trem de Alta Velocidade) poderá transportar de 8 milhões a
10 milhões de passageiros por
ano, segundo apurou a Folha.
Serão, no mínimo, 22 mil pessoas viajando todo dia.
Na Grande São Paulo, o projeto prevê paradas na estação
Luz, no centro da capital, e no
aeroporto internacional de
Cumbica, em Guarulhos.
Campinas, cidade paulista do
interior, deverá ter duas estações, uma no aeroporto de Viracopos e outra num ponto da
cidade ainda a ser definido. Da
capital, partirá ainda uma linha
para São José dos Campos,
também no interior do Estado.
Já no Rio de Janeiro, estão
previstas três estações: uma no
aeroporto internacional do Galeão, outra no centro da capital
(Leopoldina ou Central do Brasil) e uma terceira na região sul
Fluminense, a ser escolhida
entre as cidades de Resende,
Volta Redonda e Barra Mansa.
O governo decidiu sugerir no
edital de concessão do trem expresso a construção de estações opcionais, que poderão
ser ativadas em períodos específicos. Uma delas é a de Aparecida, no interior paulista, que
funcionaria em datas como o
feriado de Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro). A ideia é
defendida pela Igreja Católica,
mas a decisão de construir a estação será do empreendedor.
Nas próximas semanas, o estudo de viabilidade técnico-econômica será aberto para
consulta. O governo quer fazer
uma audiência pública sobre o
projeto até meados de maio.
Depois, o plano será encaminhado para o Tribunal de Contas da União, que poderá exigir
que sejam feitos reparos. A previsão é de que o edital de licitação seja lançado em julho.
O compromisso é de que o
trem-bala esteja em operação
antes da Copa do Mundo de
2014, por isso o Ministério dos
Transportes corre contra o
tempo. Mas a complexidade do
projeto e os atrasos no cronograma são empecilhos -a primeira previsão de entrega do
estudo técnico, por exemplo,
era no final do ano passado.
Pesquisa de opinião realizada pela Halcrow mostrou que
metade dos atuais usuários da
ponte aérea Rio-São Paulo está
disposta a trocar o avião pelo
trem. A justificativa mais forte
para a mudança está no fato de
que o embarque no trem pode
ser feito em pontos centrais.
Considerando as operações
de embarque e desembarque
em aviões, o tempo gasto no
percurso entre as capitais será
igual nos dois meios de transporte, aposta o governo. O edital do trem-bala exigirá que o
trecho seja feito em até 2 h.
Pelo volume de passageiros
estimado -o triplo do registrado na ponte aérea em 2008, por
onde passaram 3,3 milhões de
pessoas-, o negócio seria viável, afirma o documento.
Tecnologia
O governo quer que o trem-bala seja construído e operado
pela iniciativa privada, mas é
pouco provável que os cofres
públicos se livrem de uma contrapartida. O custo estimado do
projeto, incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), é de US$ 11 bilhões.
Nas últimas semanas, consolidou-se no governo a ideia de
criação de uma empresa estatal
para cuidar especificamente do
processo de absorção de tecnologia do trem-bala -uma das
condições impostas pelo país a
investidores estrangeiros interessados. Grupos da China, Coreia do Sul, Japão, França, Alemanha e Itália já buscaram informações sobre o projeto.
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