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RIO
Secretário foi funcionário do DOI-Codi
Quintal trabalhou
em órgão repressivo
da Sucursal do Rio
O secretário da Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, confirmou ontem que trabalhou para
o DOI-Codi (Departamento de
Operações e Informações - Centro de Operações e Defesa Interna), no regime militar.
A revelação foi feita em tom
acusatório pelo antropólogo Luiz
Eduardo Soares, ex-coordenador
de Segurança e Cidadania do Rio,
no programa "Roda Viva", da TV
Cultura, na noite de anteontem.
O DOI-Codi ficou conhecido
como o principal órgão de repressão do regime militar.
Quintal, 52, coronel reformado
da Polícia Militar, disse que ingressou no DOI-Codi em 1976,
quando tinha 28 anos, e que se orgulha muito dos dois anos durante os quais trabalhou na 2ª Brigada do Exército, em Niterói. "Isso
não me causa nenhum embaraço.
Tive atuação exemplar por lá. O
policial não é dono dos seus passos. Mas eu não torturei ninguém.
Trabalhei em serviços burocráticos, análise documental."
Na entrevista, Soares afirmou
que, ao negar que sabia desde dezembro da ligação de João Moreira Salles com o traficante Marcinho VP, Quintal estava tendo
uma atitude "típica de seus momentos de DOI-Codi". "É como
se ele (Quintal) estivesse retomando e aplicando sua experiência. Eles manipularam essa situação de forma grosseira e violenta,
a serviço de uma demagogia vil. É
uma prática que só encontra paralelo nos tempos ditatoriais."
Irônico, Quintal afirmou que
não podia chamar a revelação de
acusação. "Acho que o Eduardo
estava querendo me elogiar. Ele
não disse que eu fui do DOI-Codi,
mas não torturei? Isso só pode ser
um elogio."
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