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ÔNIBUS
Há possibilidade de greve no dia 10 de maio; secretário dos Transportes diz que vai tentar um acordo
Paralisação atinge 100 mil passageiros
CAMILA TOSELLO
GILMAR PENTEADO
da Reportagem Local
O Sindicato dos Condutores de
São Paulo organizou mais uma
paralisação relâmpago na cidade.
Os motoristas e cobradores dos
terminais Santana, Vila Nova Cachoeirinha, Tucuruvi, Barra Funda e Lapa, e do corredor da rua
Guaicurus, não trabalharam das
9h às 11h de ontem.
Mais de 100 mil pessoas foram
prejudicadas com a paralisação,
segundo o sindicato. Caso as empresas de ônibus não atendam às
reivindicações dos trabalhadores,
há ainda uma possibilidade de
greve geral no dia 10 de maio.
A categoria quer 13% de reposição salarial e aumento real de 5%,
entre outros benefícios. O sindicato quer ainda que a prefeitura
obrigue o Transurb (sindicato das
empresas de ônibus) a negociar.
Alcides Araújo dos Santos, 37, o
Amazonas, secretário-geral do
sindicato, afirmou: "Na quinta temos uma reunião com Getúlio
Hanashiro (secretário municipal
dos Transportes). A greve depende do resultado dessa reunião."
Confusão
O único tumulto ontem ocorreu na rua Guaicurus (Lapa),
quando integrantes do sindicato
fizeram um arrastão para deter os
ônibus. Os manifestantes ocuparam meia pista da rua, provocando congestionamento.
Durante a paralisação, 26 ônibus tiveram os pneus esvaziados e
vários veículos ficaram parados
no corredor de ônibus.
Três passageiros de ônibus, inconformados com o protesto na
rua Guaicurus, procuraram o 7º
DP (Lapa) para registrar ocorrência contra a empresa Leopoldina.
Na delegacia, um deles conseguiu o dinheiro de volta e desistiu
da ocorrência. Mas outros dois fizeram um termo de preservação
de direito para usar numa ação de
danos morais contra a empresa.
O protesto dividiu a população.
"Quem vai me pagar os R$ 60 do
serviço que perdi hoje porque não
tinha ônibus?", questionou o
montador de móveis Rodrigo de
Melo, 24. Ele ficou no terminal
Cachoeirinha das 9h30 às 11h.
"Esperei duas horas e vou levar
bronca da minha patroa. Não ligo,
concordo com o pedido de aumento de salário", disse a empregada doméstica Rosemeire Ferreira Soares, 35.
Outro Lado
"As empresas passam por dificuldades financeiras e não têm
condições de atender às reivindicações", disse Antônio Sampaio
Amaral Filho, 42, diretor jurídico
do Transurb.
O diretor afirmou que as greves
prejudicam o sistema e pioram a
crise: "Podem aumentar o desemprego, o número de peruas e até
causar a falência de empresas".
Hanashiro disse que a secretaria
vai analisar as reivindicações e
tentar um acordo entre o Transurb e o sindicato.
"Se isso não for suficiente, vamos pedir a instauração do dissídio coletivo pela justiça do trabalho e a questão vai ser resolvida
entre eles", afirmou o secretário.
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