São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2000


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ÔNIBUS
Há possibilidade de greve no dia 10 de maio; secretário dos Transportes diz que vai tentar um acordo
Paralisação atinge 100 mil passageiros

CAMILA TOSELLO
GILMAR PENTEADO
da Reportagem Local

O Sindicato dos Condutores de São Paulo organizou mais uma paralisação relâmpago na cidade. Os motoristas e cobradores dos terminais Santana, Vila Nova Cachoeirinha, Tucuruvi, Barra Funda e Lapa, e do corredor da rua Guaicurus, não trabalharam das 9h às 11h de ontem.
Mais de 100 mil pessoas foram prejudicadas com a paralisação, segundo o sindicato. Caso as empresas de ônibus não atendam às reivindicações dos trabalhadores, há ainda uma possibilidade de greve geral no dia 10 de maio.
A categoria quer 13% de reposição salarial e aumento real de 5%, entre outros benefícios. O sindicato quer ainda que a prefeitura obrigue o Transurb (sindicato das empresas de ônibus) a negociar.
Alcides Araújo dos Santos, 37, o Amazonas, secretário-geral do sindicato, afirmou: "Na quinta temos uma reunião com Getúlio Hanashiro (secretário municipal dos Transportes). A greve depende do resultado dessa reunião."

Confusão
O único tumulto ontem ocorreu na rua Guaicurus (Lapa), quando integrantes do sindicato fizeram um arrastão para deter os ônibus. Os manifestantes ocuparam meia pista da rua, provocando congestionamento.
Durante a paralisação, 26 ônibus tiveram os pneus esvaziados e vários veículos ficaram parados no corredor de ônibus.
Três passageiros de ônibus, inconformados com o protesto na rua Guaicurus, procuraram o 7º DP (Lapa) para registrar ocorrência contra a empresa Leopoldina.
Na delegacia, um deles conseguiu o dinheiro de volta e desistiu da ocorrência. Mas outros dois fizeram um termo de preservação de direito para usar numa ação de danos morais contra a empresa.
O protesto dividiu a população. "Quem vai me pagar os R$ 60 do serviço que perdi hoje porque não tinha ônibus?", questionou o montador de móveis Rodrigo de Melo, 24. Ele ficou no terminal Cachoeirinha das 9h30 às 11h.
"Esperei duas horas e vou levar bronca da minha patroa. Não ligo, concordo com o pedido de aumento de salário", disse a empregada doméstica Rosemeire Ferreira Soares, 35.

Outro Lado
"As empresas passam por dificuldades financeiras e não têm condições de atender às reivindicações", disse Antônio Sampaio Amaral Filho, 42, diretor jurídico do Transurb.
O diretor afirmou que as greves prejudicam o sistema e pioram a crise: "Podem aumentar o desemprego, o número de peruas e até causar a falência de empresas".
Hanashiro disse que a secretaria vai analisar as reivindicações e tentar um acordo entre o Transurb e o sindicato.
"Se isso não for suficiente, vamos pedir a instauração do dissídio coletivo pela justiça do trabalho e a questão vai ser resolvida entre eles", afirmou o secretário.


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