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BARBARA GANCIA
Pisar nos calos da prefeita é ser Jean-Marie Le Pen!
Os últimos dias serviram
para que eu fizesse tristes
constatações sobre a prefeita
Marta Suplicy. Uma delas -e
talvez a menos importante- é a
de que a prefeita não abre diariamente o seu e-mail. Deixa a tarefa para o namorado, Luís Favre,
que não mantém cargo oficial na
prefeitura. Quem sabe, se a prefeita não dedicasse boa parte do seu
tempo a ir a festas, sobraria um
minutinho para ler a sua correspondência.
Mas pior do que descobrir que,
de fato, a vida social da prefeita
interfere na condução dos assuntos da cidade foi ver reveladas no
"Painel do Leitor", desta Folha,
toda a arrogância e má-fé de dona Marta Suplicy. Confesso que
não a imaginava capaz de golpe
tão baixo.
Explico: na semana passada,
usei este espaço para questionar a
expulsão do PT do vereador Carlos Giannazi. Também levantei a
questão das alianças e distribuições de cargos, que Marta dizia
abominar e agora pratica. Finalmente, quis saber a quantas anda
a Operação Belezura.
Nenhum dos tópicos por mim
abordados é assunto de interesse
só meu. Todas são questões que
afligem a população. Note que eu
saí fora do meu caminho para
usar uma linguagem menos cáustica do que a habitual, uma vez
que estava me dirigindo à prefeita da minha cidade.
Pois sabe qual foi a reação da
prefeitura? Em vez de debater os
pontos levantados, o assessor de
imprensa da prefeita escreveu a
este jornal dizendo que, na referida coluna, eu usei o "estilo de
Jean-Marie Le Pen". Veja você:
por ter ousado questionar as
ações da prefeitura, fui comparada a um sujeito que incita os franceses a violar túmulos de judeus.
Até entendo o "antenor braido
da prefeita" tentar desqualificar
meus argumentos. No PT e na política em geral, a prática é muito
difundida. Mas dizer que o conteúdo da coluna "não merece comentários" é dar um tapa na cara
da população que votou na outra
Marta, e não nesta que agora se
considera acima do bem e do mal.
O assessor da prefeita foi mais
longe. Tentou colocar dúvidas sobre minha integridade, dizendo
que "preocupa o vale-tudo eleitoral já ter chegado a esse ponto".
Ora, ele me conhece (trabalhamos juntos por muitos anos) e sabe que não tenho nenhum vínculo com políticos.
Em resumo, o que ele fez foi
usar da mais baixa retórica a fim
de desviar a atenção das denúncias que atingem a prefeitura.
Sinto muito, mas o tiro saiu pela culatra.
QUALQUER NOTA
Time do Luiz Estevão
Era inevitável que a ida do
Brasiliense à final da Copa do
Brasil gerasse uma dose de
ironia. Corre na cidade a piada de que o Brasiliense é mesmo um time completo. Já vem até com juiz, uma referência ao juiz Nicolau dos
Santos Neto, envolvido no escândalo da obra do TRT.
Repeteco
O apedrejamento da embaixada brasileira no Chile serve
de aviso. Há interessados em
livrar da cadeia mais uma leva de sequestradores estrangeiros que praticaram crimes no Brasil. Se o Itamaraty der
mole mais esta vez, pode
apostar, outros virão.
E-mail - barbara@uol.com.br
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