São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Prefeita fará suplementação destinando mais R$ 12,5 milhões (55,5% do valor inicial previsto no Orçamento) para o setor

Marta aumenta verba para publicidade

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em ano eleitoral, a prefeita Marta Suplicy (PT) decidiu aumentar a verba destinada à publicidade de seu governo. Uma suplementação de recursos destinará mais R$ 12,5 milhões para gastos da administração com esse tipo de despesa neste ano. O valor equivale a 55,5% dos R$ 22,5 milhões inicialmente previstos no Orçamento 2002 da Prefeitura de São Paulo.
No total, a prefeitura poderá gastar R$ 35,9 milhões (valor atualizado pela inflação) com publicidade neste ano. No ano passado, o primeiro da gestão Marta, o gasto efetivo no setor ficou em R$ 23,1 milhões. No começo de 2001, R$ 16 milhões tinham sido reservados para publicidade.
A suplementação para gasto em publicidade neste ano está prevista no SEO (Serviço de Execução Orçamentária) da prefeitura e consta de documento divulgado ontem pelo vereador Roberto Trípoli (PSDB), que faz oposição ao governo na Câmara Municipal.
Depois da divulgação do documento, a suplementação foi confirmada pelo secretário Valdemir Garreta (Comunicação).
Apenas quando a transferência de recursos for publicada no "Diário Oficial" do município será possível saber a origem da verba -corte em outra área ou arrecadação que não estava prevista.
Para Garreta, o aumento do gasto no setor se justifica pelo "direito" do cidadão de ser informado.

Guerra
Parte dos R$ 12,5 milhões que Marta terá a mais para publicidade vai ser gasto com a chamada "guerra da educação", segundo o secretário de Comunicação.
O termo foi usado em um e-mail de um publicitário, que presta serviços à prefeitura, enviado esta semana ao endereço de Luís Favre, namorado da prefeita.
No e-mail, ele lista estratégias para Marta enfrentar a crise provocada pela mudança de uma lei, no ano passado. Com a alteração, proposta pela prefeitura, novos gastos foram incluídos na verba obrigatória da educação.
Contrário à mudança, o vereador Carlos Giannazi votou contra Marta, foi expulso do PT e agora recorre da decisão no Diretório Estadual do partido.
A "campanha publicitária" prevista no e-mail, que deverá custar R$ 2,5 milhões, será feita para "explicar" a mudança aos moradores e será veiculada ainda neste mês.
Gasto semelhante feito pela administração no ano passado permitiu a veiculação de 580 inserções em emissoras de rádio e outras 300 em TV. Na época, a campanha foi usada para divulgar os projetos sociais de Marta.
Além dos R$ 2,5 milhões, a prefeitura também fará novos gastos para produzir folhetos, que deverão ser distribuídos nas escolas para pais, alunos e professores.
Segundo o secretário Garreta, a prefeitura não tinha ontem o valor que deverá ser gasto com o material, também citado no e-mail enviado a "Marta (via Luís)".
A prefeita e Favre já se manifestaram sobre o caso. Eles negam que o envio do e-mail a Favre, que trabalha com publicidade, signifique interferência dele em decisões da prefeitura.

Contrato
O contrato assinado pela gestão petista com o Consórcio Parceria São Paulo, integrado pelas agência de publicidade Agnelo Pacheco, Markplan e PG Comunicação, será renovado neste mês.
O consórcio venceu licitação feita no ano passado e assinou contrato de seis meses. A nova contratação será feita pelo mesmo período e prevê a possibilidade de a prefeitura gastar R$ 20 milhões.
Por conta do ano eleitoral, a prefeitura terá de interromper a veiculação de determinadas peças publicitárias a partir de julho.



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