DA REPORTAGEM LOCAL

Os pais e o irmão da jornalista Sandra Gomide pretendem acompanhar juntos, hoje, o julgamento do também jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, na cidade de Ibiúna.
"Quero que seja feita justiça. Assim, poderei rir um pouquinho já que minha vida tem sido só tristeza pela perda da minha filha e por ver o assassino solto", afirmou ontem João Gomide. "Pimenta tem de pagar pelo que fez. Ele não matou um cachorro, matou uma pessoa", afirmou.
Nilton Gomide, irmão de Sandra, é mais cauteloso. "Ele confessou e há testemunhas. Não tem justificativa para o crime. Mas estamos tentando não criar muita expectativa porque tudo pode acontecer."
Nilton diz ainda preocupar-se bastante com a saúde do pai. "Meu pai tem vivido apenas para ver esse julgamento. Não sei o que vai ser dele quando isso acabar."
Desde que a filha foi assassinada, João recebeu três pontes de safena, duas mamárias, tornou-se diabético e já não se locomove com habilidade. Teve de parar de trabalhar. "Temo pelo que vai ser da sua vida sem o objetivo do julgamento", afirma o filho.
A mãe, Leonilda, diz que já enfrentou várias crises de depressão. Ela diz que, com a morte da filha, "se agarrou à fé".

A família morreu
"A família que a gente tinha morreu junto com a Sandra. Quando ele atirou na minha irmã, destruiu o círculo familiar e, desde então, não existe mais nada. Natal, Dia das Mães, fins de semana se tornaram uma tortura", afirma Nilton.
Corretor de seguros, o irmão de Sandra pretende acompanhar o julgamento até o fim. "Não sei se será possível porque tenho de trabalhar, mas gostaria de ver Pimenta sair algemado."
Os pais de Sandra pretendem permanecer no sítio da família, localizado também em Ibiúna, até a sentença final- que deve sair em dois dias. (DANIELA TÓFOLI e FÁBIO SCHIVARTCHE)


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