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Rio terá marchas pró e contra maconha amanhã
Vereadora organizou reação à Marcha da Maconha; grupos não devem se encontrar
Manifestação a favor da descriminalização da droga foi proibida em outras seis cidades do país, mas deve ser mantida em São Paulo
DENISE MENCHEN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
A discussão sobre a legalização da maconha promete dividir a orla carioca amanhã. Realizada desde 2002 na cidade, a
Marcha da Maconha reunirá
defensores da descriminalização da droga em Ipanema, a
partir das 14h. Perto dali, em
Copacabana, pessoas contrárias à idéia farão a caminhada
Rio em Defesa da Família, a
partir das 9h. Os dois grupos
não devem se encontrar.
"Nosso objetivo é debater,
não afrontar", afirma o sociólogo Renato Cinco, um dos organizadores da Marcha da Maconha. "Queremos promover a
discussão sobre a política de
drogas. Defendemos a descriminalização e a regulamentação [do consumo e do comércio] da maconha."
Segundo Cinco, não haverá
apologia às drogas. Um guia
com recomendações publicado
no site do movimento (www.marchadamaconha.org)
orienta os manifestantes a não
utilizar substâncias ilícitas durante a passeata e afirma que é
vetada a participação de menores de 18 anos.
A página ainda disponibiliza
para download máscaras de várias personalidades que, segundo os organizadores, já se manifestaram a favor da legalização da maconha.
Além de imagens do governador do Rio, Sérgio Cabral, do
pré-candidato a prefeito Fernando Gabeira, do ministro da
Cultura, Gilberto Gil, e do músico Marcelo D2, já utilizadas
no ano passado, foram incluídos desenhos de Bezerra da Silva, Chico Buarque, Luana Piovani e Maria Alice Vergueiro
-a atriz que interpreta a "maconheira" do vídeo "Tapa na
Pantera", sucesso na internet.
Segundo Cinco, as máscaras
facilitam a participação no ato
daqueles que têm receio de ser
reconhecidos.
O anúncio da marcha irritou
a vereadora Silvia Pontes
(DEM), que preside a Comissão de Prevenção às Drogas da
Câmara de Vereadores do Rio.
Foi ela que organizou a reação
na orla de Copacabana.
A vereadora afirmou que respeita a liberdade de expressão
dos manifestantes pró-legalização, mas que é preciso "marcar posição" contra as drogas.
"A Marcha da Maconha vai na
contramão dos anseios da sociedade", disse.
Segundo ela, além de famílias preocupadas com a questão, a passeata em Copacabana
contará com a participação de
diversos atletas. "Sou remadora e chamei as equipes de remo
dos clubes cariocas."
Proibições
Programada para acontecer
em várias partes do mundo e
em algumas cidades do Brasil, a
Marcha da Maconha havia sido
cancelada pela Justiça, até a
noite de ontem, em seis capitais: Salvador, João Pessoa,
Cuiabá, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba.
A proibição foi pedida em
ações do Ministério Público.
Até a noite de ontem, a marcha de São Paulo estava mantida. O ato deve ocorrer às 14h no
parque Ibirapuera (zona sul).
Colaboraram a Sucursal de Brasília, a Agência Folha e a Reportagem Local
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