São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009

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LEONOR DIAS DE MORAES MAGALDI (1920-2009)

A doceira "sem medo" vinda de Poços de Caldas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

De família classe média alta em Poços de Caldas, Minas Gerais, Leonor Magaldi deu de ombros para os bens que a família possuía. Filha de um dono de uma fábrica de farinha de milho e de uma banca no mercado da cidade, casou-se com um alfaiate. Pobre.
"Ela não queria saber de ficar sob as saias da mãe", diz o filho Walter. Um ano depois de casada, debandou com o marido para SP, em 1947.
"Mulher que não tinha medo de nada", foi doceira por um tempo, com especialidade em roscas, bolos para casamento e arroz doce.
Também foi funcionária pública estadual por cerca de 15 anos, até se aposentar, aos 70, como recepcionista.
Com a mesma idade, foi visitar um dos filhos que mora nos EUA. "Viajou sozinha", lembra Walter. "Ela recebeu uma maçã no avião, que guardou para dar para a neta quando desembarcasse."
Assim que chegou ao país, foi impedida de entrar com a fruta. "Ela respondia que não entendia nada do que falavam para ela. Quase foi presa", brinca o filho. Acabou não dando a maçã de presente.
Em 1988, ficou viúva -perdeu o marido vítima de um aneurisma na aorta. Segundo o filho, a mãe -sempre "alegre" e "cantante" e muito católica- era uma profunda conhecedora da Bíblia.
Morreu no último domingo, aos 88, de insuficiência respiratória. Teve cinco filhos, 12 netos e um bisneto. A missa de sétimo dia será hoje, às 9h, na igreja São João Batista, no Mandaqui, SP.

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