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LEONOR DIAS DE MORAES MAGALDI (1920-2009)
A doceira "sem medo" vinda de Poços de Caldas
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
De família classe média alta
em Poços de Caldas, Minas
Gerais, Leonor Magaldi deu
de ombros para os bens que a
família possuía. Filha de um
dono de uma fábrica de farinha de milho e de uma banca
no mercado da cidade, casou-se com um alfaiate. Pobre.
"Ela não queria saber de ficar sob as saias da mãe", diz o
filho Walter. Um ano depois
de casada, debandou com o
marido para SP, em 1947.
"Mulher que não tinha medo de nada", foi doceira por
um tempo, com especialidade
em roscas, bolos para casamento e arroz doce.
Também foi funcionária
pública estadual por cerca de
15 anos, até se aposentar, aos
70, como recepcionista.
Com a mesma idade, foi visitar um dos filhos que mora
nos EUA. "Viajou sozinha",
lembra Walter. "Ela recebeu
uma maçã no avião, que guardou para dar para a neta
quando desembarcasse."
Assim que chegou ao país,
foi impedida de entrar com a
fruta. "Ela respondia que não
entendia nada do que falavam
para ela. Quase foi presa",
brinca o filho. Acabou não
dando a maçã de presente.
Em 1988, ficou viúva -perdeu o marido vítima de um
aneurisma na aorta. Segundo
o filho, a mãe -sempre "alegre" e "cantante" e muito católica- era uma profunda conhecedora da Bíblia.
Morreu no último domingo, aos 88, de insuficiência
respiratória. Teve cinco filhos, 12 netos e um bisneto. A
missa de sétimo dia será hoje,
às 9h, na igreja São João Batista, no Mandaqui, SP.
obituario@grupofolha.com.br
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