São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2010 |
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Curitiba não tem mais onde jogar seu lixo
Usado por 18 cidades, aterro da Cachimba está "tecnicamente saturado", diz Promotoria
EDUARDO GERAQUE RICARDO GALLO DA REPORTAGEM LOCAL Curitiba, cidade ganhadora de prêmios internacionais de meio ambiente, não tem mais onde empilhar seu lixo. O único aterro da cidade, que atende ainda outros 17 municípios da região metropolitana, está "tecnicamente saturado", segundo o Ministério Público. Projetado para durar 11 anos, o aterro da Cachimba existe há 20 e já foi ampliado duas vezes. A Justiça permitiu que ele continue funcionando até novembro. A partir de dezembro, a saída será o improviso. Para as prefeituras da região metropolitana, resolver o problema do lixo requer a implantação de um sistema integrado de tratamento - que mescla o processamento do lixo e a reciclagem, levando apenas 15% dos resíduos sólidos para um aterro. "Nós queremos implantar um sistema pioneiro, o lixo seria quase todo processado e reciclado", diz Marilza Dias, secretária-executiva do grupo que reúne as prefeituras das cidades da região metropolitana do Paraná. Segundo a executiva, "Curitiba é uma vitrine", e precisa dar exemplo. Mas a licitação que implantaria o sistema foi suspensa. Após o governo declarar o consórcio Recipar como o vencedor da concessão de 20 anos e de valor aproximado de R$ 700 milhões, o grupo perdedor, o consórcio Paraná Ambiental, entrou na Justiça. A proposta derrotada era R$ 200 milhões mais barata e a Justiça quer saber se esse valor é exequível. Outra ação, proposta pela Abrelpe (associação que reúne empresas de limpeza), conseguiu em primeira instância que a Justiça anulasse a licitação por problemas na elaboração do edital, que não previa a área de implementação do projeto. Se a decisão for confirmada fará tudo voltar ao zero, o que vai esticar ainda mais as soluções provisórias para a questão do lixo curitibano. Mas, de acordo com Dias, mesmo se a licitação terminasse hoje, as prefeituras ainda teriam que alugar aterros particulares para acomodar o lixo. "Teremos que partir para uma solução temporária, que pode ser usada por anos", afirma. A falta de um novo local para acondicionar os resíduos sólidos de Curitiba e arredores é uma ameaça ambiental para toda a região metropolitana, diz o Ministério Público. Mesmo que a Cachimba seja desativada até o fim do ano, o risco de contaminação continuará por algumas décadas. Texto Anterior: Empresa será responsável por destino de lixo Próximo Texto: Frase Índice |
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