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Homem sobrevive a 6 tiros e é morto dentro da UTI
Grupo armado invadiu hospital na zona leste de São Paulo para cometer o crime
O instrutor de capoeira Ludmar Aparecido Andrade, 29, que estava em estado grave, foi o único
alvo dos seis criminosos
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um grupo de seis criminosos
armados invadiu na madrugada de ontem o hospital Cidade
Tiradentes (zona leste de São
Paulo) e matou a tiros e facadas
um homem que tinha sobrevivido a seis tiros pelas costas e se
recuperava na UTI.
O instrutor de capoeira Ludmar Aparecido Andrade, 29, tinha sido achado na madrugada
de sábado no porta-malas de
um Monza, ferido a tiros e com
mãos e pés amarrados.
Após uma denúncia anônima, a Polícia Militar o encontrou em um carro abandonado
e com o chassi raspado em uma
rua sem saída e sem iluminação
de Cidade Tiradentes.
Em estado grave, Andrade foi
encaminhado ao hospital Cidade Tiradentes, onde foi submetido a uma cirurgia. Estava em
recuperação na UTI.
Por volta das 3h de ontem, os
seis criminosos chegaram ao
hospital em dois carros, um Palio branco e um Tempra escuro.
Um segurança contou à polícia
que um dos veículos encostou
em frente ao portão de carga e
descarga, que fica fechado durante a noite. O vigia relatou
que saiu da cabine para dar informação, foi rendido e obrigado a abrir o portão.
Um dos criminosos ficou
com ele e os outros cinco entraram no hospital e renderam
mais funcionários.
Segundo o boletim de ocorrência, um farmacêutico disse
que foi levado até o primeiro
andar para servir de escudo caso houvesse escolta policial na
UTI. Não havia.
Além de Andrade, outras 12
pessoas estavam internadas na
UTI e havia quatro técnicos e
enfermeiros de plantão.
Os funcionários foram trancados na sala de descanso dos
médicos, de onde ouviram os tiros. Ao sair, encontraram o corpo do instrutor ferido a tiros e
facadas.
Uma equipe tentou socorrê-lo, mas Andrade já estava morto. Ninguém mais foi ferido na
ação, que durou cerca de 15
minutos.
Uma pistola e uma faca foram jogados no quarto. O enfermeiro e o segurança disseram que os invasores vestiam
toucas que encobriam a maior
parte do rosto.
Os seguranças do hospital
não trabalham armados. Familiares disseram ter pedido escolta policial, mas não foram
atendidos. A Secretaria da Segurança Pública informou que
Andrade não tinha escolta porque era considerado vítima,
não tinha antecedentes criminais e não havia informações
sobre possíveis ameaças.
O caso será investigado pelo
DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa).
Família
Chamado de "Grande" pelos
alunos e colegas, o instrutor de
capoeira era casado havia cinco
anos, tinha uma filha de três
anos e três enteados.
Morava com a mulher e a sogra num conjunto habitacional
Santa Etelvina 2, em Cidade Tiradentes (zona leste).
Um amigo o descreve como
um professor calmo e atencioso, apaixonado pelo seu trabalho. Esse amigo, que não quis se
identificar, disse que Andrade
tinha mais de 30 alunos, mas
estava à procura de outro trabalho que pudesse conciliar
com as aulas de capoeira para
aumentar sua renda.
Nascido em Piracicaba, Andrade deverá ser enterrado lá.
Colaborou ADRIANA ALVES, do "Agora"
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