São Paulo, quinta-feira, 03 de junho de 2010

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Confusão marca estreia da motofaixa

No primeiro dia de operação da faixa exclusiva do corredor Vergueiro, motos ocuparam o espaço dos carros

Pedestres cruzavam via sem perceber a nova faixa; em ao menos dois locais, ela tem largura menor que a informada

MÁRCIO PINHO
ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

O primeiro dia de funcionamento da motofaixa do corredor Vergueiro teve um atropelamento, confusão e ultrapassagens arriscadas.
A pista exclusiva de 3,5 km criada pela gestão Gilberto Kassab (DEM) do centro à zona sul de SP não conseguiu atrair tantas motos para aliviar a 23 de Maio -o que só deve ocorrer em três meses, quando a circulação delas for proibida nesse corredor.
Um dos objetivos da motofaixa é reduzir acidentes. Mas ontem houve risco constante, tanto na travessia de pedestres que desconheciam a nova faixa como porque as motocicletas não se separaram totalmente dos carros.
Diferentemente do que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) dizia, os motociclistas deixavam a motofaixa a todo momento.
A Folha verificou que ela tem menos que os 2 m de largura informados pela prefeitura em ao menos dois pontos: na altura do largo da Pólvora, 1,54 m; na esquina com a Barão de Iguape, 1,63 m.
"Ainda assim, é melhor que andar entre filas de carros", defendeu Antonio Dias, 45, motoboy. "Mas ultrapassar na motofaixa não dá."
No primeiro dia da nova pista, uma mulher de 71 anos foi atropelada no final da manhã por uma moto quando atravessava fora da faixa de pedestres na av. Liberdade, mas sem ferimentos graves.
Como ela, muitas pessoas atravessavam ontem sem perceber a motofaixa.
O mesmo problema ocorreu em 2006, na inauguração da primeira motofaixa, na av. Sumaré. Na época, houve três feridos no primeiro dia.
"Quase atropelei uma mulher que parou na motofaixa para atravessar. Só evitei porque estava devagar", contou Luiz Cane, do Movimento Brasileiro de Motociclistas.
Ele testou ontem a pista da Vergueiro e viu problemas, como a interrupção repentina da motofaixa que provoca afunilamento entre carros e motos perto do viaduto Beneficência Portuguesa.
A CET considera a estreia da motofaixa positiva, mas diz ser um "período de adaptação". Ela afirma que os dois pontos mais estreitos foram motivados pelo desnível da pista e da sarjeta. Mas alega haver espaço seguro porque uma moto ocupa 85 cm.


Colaborou o "AGORA"


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