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Promotoria investiga venda de hospital
Ministério Público afirma que a PUC não pode comprar Umberto Primo
Mantenedora da PUC nega compra; grupo integrado por credores da universidade teriam comprado o imóvel
RICARDO WESTIN
LETICIA DE CASTRO
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
O futuro do conjunto de
prédios na Bela Vista (centro)
onde funcionou por décadas
o hospital Matarazzo continua incerto.
Após associações de moradores e de ex-pacientes
anunciarem que a PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica) havia comprado o
imóvel, a Fundação São Paulo, mantenedora da universidade, saiu a público para
desmentir a informação.
A reitoria não se manifestou, mas fontes ligadas a ela
confirmam o negócio.
O Ministério Público do Estado abriu ontem um inquérito civil para investigar o caso. Segundo Airton Grazzioli,
promotor responsável pelas
fundações, a PUC-SP não pode comprar o imóvel.
Em primeiro lugar, porque
o reitor Dirceu de Mello não
tem autonomia para fazer a
compra. Depois, porque a
compra e a venda de qualquer imóvel por uma fundação precisam ser aprovadas
pelo Ministério Público, porque gozam de imunidade tributária.
E, por fim, porque a PUC-SP ainda tem elevadas dívidas com bancos e professores, remanescentes de 2005,
ano em que a universidade
passou pela pior crise financeira de sua história.
"A PUC-SP neste momento
não tem condições financeiras para fazer esse negócio",
disse Grazzioli.
NOTA
A Fundação São Paulo divulgou ontem uma nota para
esclarecer que "nunca participou de encontros ou assinou documentos com a Previ
[fundo de pensão dono do
prédio] ou com qualquer grupo de investidores", mas
confirma que "recebeu notícias do reitor (...) de eventual
proposta imobiliária envolvendo o imóvel".
Procurada, a Previ diz apenas que "informações e decisões relativas às negociações
do imóvel estão sujeitas a sigilo comercial".
Está marcada para segunda-feira, no entanto, uma
reunião entre associações de
moradores e a reitoria para
apresentação do projeto da
PUC para o local. "O convite
foi feito há cerca de 20 dias
por um funcionário da universidade", disse o advogado
Marcus Vinicius Gramegna,
que, em 1999, entrou com
uma ação civil pública contra
a Previ a fim de evitar o destombamento do local.
INVESTIDORES
A Folha apurou que um
grupo de investidores, que
envolve credores da PUC, é
quem está fechando o negócio. Os investidores querem
que a PUC seja uma espécie
de âncora do futuro empreendimento imobiliário
que será lançado no local.
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