São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Bancada quer novo projeto sobre homofobia Proposta de senador evangélico pretende criminalizar apenas agressão física a gays LARISSA GUIMARÃES DE BRASÍLIA GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO Após conseguir a suspensão do kit anti-homofobia, parte da bancada religiosa no Congresso quer agora criar novo projeto de lei para criminalizar a homofobia. Os parlamentares religiosos afirmam que querem "enterrar" a atual proposta anti-homofobia, que está no Senado. Defendido pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), o projeto ficou paralisado desde o início da polêmica com os religiosos, que temiam não poder criticar a prática homossexual em suas pregações. Marta chegou a propor emenda para garantir liberdade de críticas, mas evangélicos não ficaram satisfeitos. "Queremos começar uma nova proposta, do zero, sem as aberrações do projeto de lei 122 [que tramita hoje no Senado]", afirmou o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). Ele defende elaboração de novo projeto, que irá punir os crimes motivados por orientação sexual, "seja a vítima hétero, homo ou bissexual". Esse novo texto deverá criminalizar apenas agressão física e se for negado acesso ao comércio ou ao trabalho. Questionado se agressões verbais poderiam ser incluídas, Crivella respondeu: "Nada verbal". Para Ideraldo Luiz Beltrame, presidente da Associação da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, a proposta evangélica não representa avanço nenhum. "Agressão já é crime, não importa contra quem. Do jeito que ele [Crivella] sugere, seria como ser proibido matar um negro, mas ser permitido ofendê-lo", diz ele, que defende o projeto na íntegra. PROTESTO Em um evento que reuniu cerca de 20 mil evangélicos e católicos anteontem em Brasília, a bancada religiosa voltou a pressionar o governo. O movimento entregou abaixo-assinado com 1 milhão de assinaturas contra o projeto. "Daqui a pouco vão dizer que a Bíblia é homofóbica", disse o pastor Silas Malafaia. Com cartazes como "Você já abraçou seu filho gay", grupo de 70 pessoas fez "apitaço" em favor da lei. Texto Anterior: Prefeitura vai testar faixa para carona solidária Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |