São Paulo, quarta-feira, 03 de julho de 2002

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Anúncio pró-plano custa R$ 210 mil

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo vai desembolsar R$ 210 mil para pagar anúncios veiculados ontem em jornais para exaltar o Plano Diretor proposto pela administração Marta Suplicy (PT).
O projeto foi criticado no final de semana em publicidade bancada por uma frente de entidades que se posiciona contra itens do plano, que tramita na Câmara.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou ontem que os anúncios, veiculados em três jornais de São Paulo, tinham o objetivo de informar a "versão" da administração sobre a proposta.
A decisão de veicular os anúncios, segundo a assessoria, foi tomada devido à última audiência pública, ontem, para discutir o plano. No anúncio da prefeitura, no entanto, o tom de resposta às entidades de empresários, de advogados e do setor da construção, entre outras, começa no título.
"Quem ganha com o Plano Diretor", diz o anúncio de página inteira. A publicidade das entidades também começava com essa idéia, mas destacava o aspecto negativo da proposta da administração -"Quem perde com o novo Plano Diretor de São Paulo".
"Mas há uma diferença fundamental nos anúncios. O nosso foi pago com o dinheiro de quem contratou [o anúncio". O outro é pago com o dinheiro do contribuinte", disse Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo, uma das entidades da frente contra o plano.
Segundo ele, o anúncio das entidades, de quatro páginas, foi publicado com a intenção de "chamar" a administração para um debate. Nas quatro páginas da publicidade, as entidades dizem, por exemplo, que o plano de Marta "gera confusão e insegurança e que "os cidadãos terão parte do preço dos terrenos confiscada".
A resposta da prefeitura foi dada ontem. Depois de elencar pontos positivos no plano para trabalhadores, construção civil e outros setores, o texto critica, indiretamente, as entidades.
"Só perde [com o plano" quem especula, quem não se importa com os congestionamentos, [...] quem não liga para a perpetuação de favelas e quem, por isso, acha que não há pressa em aprovar o plano", afirma a administração.



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