São Paulo, segunda-feira, 03 de julho de 2006

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Número 9 e catolicismo inspiram estrutura

DA REPORTAGEM LOCAL

Há nove degraus na escada que leva ao mausoléu. Oitenta e um metros da entrada até o fim do monumento. Dezoito gavetas com ossadas nos columbários (estruturas que parecem armários, onde ficam gavetas com ossos ou cinzas) menores. Quarenta e cinco nos maiores. "Tudo aqui tem que dar nove: 8 + 1 = 9, 1 + 8 = 9, 4 + 5 = 9. É para homenagear o 9 de Julho", diz o cabo Misael, 43, há seis trabalhando no monumento.
As simbologias do obelisco, conta, não estão ligadas só à numerologia. Remetem também ao catolicismo. Os três arcos da entrada representam os três poderes da República e também a Santíssima Trindade.
Os columbários são 14 porque esse é o número de passos da Via Sacra. E os painéis decorativos representam a história de Jesus e da cidade de São Paulo. No primeiro, o nascimento de Cristo e a fundação da cidade. No segundo, a crucificação e os revolucionários de 32 sendo atingidos. No último, a ressurreição e um anjo com a data na constituição de 34.
Todas as manhãs, quando chega ao mausoléu, o cabo se dirige ao painel da crucificação. "Peço a Deus que não me deixe morrer como os combatentes e agradeço pela minha vida."
Ao terminar a prece, Misael observa se está tudo bem com o "Herói Jacente", escultura que guarda o túmulo dos estudantes Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo (o MMDC), além de Paulo Virgínio. (DT)


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